A Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) defendeu esta quarta-feira, 18 de Janeiro, uma implementação mais rápida do acordo de livre comércio continental africano (AfCFTA, na sigla em inglês), que entrou em vigor em 2019, para acelerar o desenvolvimento económico.
“As grandes promessas do AfCFTA só podem cumprir-se se o acordo for implementado de uma maneira eficiente”, disse o secretário executivo interino da UNECA, António Pedro, durante a abertura de uma reunião dos países menos desenvolvidos de África e do Haiti, que decorreu entre terça e quarta-feira passadas em Adis Abeba.
De acordo com os dados apresentados pela Comissão, o comércio intra-africano poderá ser 34% mais elevado em 2045, ajudando o continente a industrializar-se e a diversificar as suas economias, reduzindo também a sua “actual dependência comercial” face aos seus parceiros externos, algo que a actual crise exacerbada pela guerra na Ucrânia e a pandemia demonstraram ser vital.
“A última avaliação empírica revela que a implementação bem-sucedida do acordo terá um impacto positivo no Produto Interno Bruto (PIB), no comércio e no bem-estar de África”, disse António Pedro, acrescentando que “o continente precisa de mitigar os potenciais impactos negativos de futuros choques externos”.
O acordo de livre comércio em África entrou em vigor no princípio de 2021, depois de um adiamento devido à pandemia, e criou o maior bloco regional de livre comércio do mundo, abarcando já 43 países africanos que se comprometeram a reduzir ou eliminar as barreiras alfandegárias e potenciar o comércio intra-africano.
África é habitada por 1,3 mil milhões de pessoas, com um Produto Interno Bruto (PIB) de 3,4 mil milhões de dólares em 2019. Das dez economias com uma taxa de crescimento mais rápida, seis eram africanas, salientou o responsável, acrescentando que “30% de todas as reservas mineiras estão em África, que é também onde estão 8% do volume total das reservas de petróleo, 7% de gás natural, com os minerais a valerem 70% das exportações e 28% do PIB no continente”.
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