O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, cancelou a sua participação no Fórum Económico Mundial de Davos, que começa esta segunda-feira, 16 de Janeiro, naquela cidade suíça, devido à forte crise energética que o país enfrenta, informou o seu porta-voz.
“Devido à actual crise energética, o presidente Cyril Ramaphosa cancelou a sua visita de trabalho ao Fórum Económico Mundial em Davos”, disse o porta-voz de Ramaphosa, Vincent Magwenya, na rede social Twitter.
“Neste momento, o Presidente mantém um encontro com os líderes dos partidos políticos representados no Parlamento, com a NECCOM (Comissão Nacional para a Crise Energética) e com o conselho de administração da Eskom”, a endividada empresa pública de electricidade, acrescentou Magwenya.
Em 2022, a África do Sul sofreu diferentes níveis de apagões rotativos, medida que foi reaplicada no início deste ano (2023) para responder à crise de electricidade.
A corrupção, o mau planeamento face ao aumento da procura de energia, as avarias devido ao mau estado das infra-estruturas desactualizadas da Eskom e o impacto da criminalidade (por exemplo, sob a forma de roubo de equipamentos e cabos) são alguns dos factores que explicam esta crise.
Em Dezembro, Ramaphosa atribuiu a crise à má gestão e corrupção na Eskom, num seu discurso na 55.ª Conferência Nacional do Congresso Nacional Africano (ANC).
O Fórum Económico Mundial começa esta segunda-feira a sua reunião anual, em Davos, que decorre até sexta-feira, 20 de Janeiro, sendo esperada uma assistência recorde, com mais de 50 chefes de Estado e de Governo.
O título da reunião deste ano é “Cooperação num mundo fragmentado”, adequado para procurar soluções para a actual crise económica, energética e de alimentos, segundo a organização, que indicou ainda contar com 2700 representantes de 130 países, tendo destacado a participação de mais de meia centena de chefes de Estado e de Governo, incluindo o chanceler alemão, Olaf Scholz, os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, das Filipinas, Ferdinand Marcos, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.