Os números e as letras sempre disputaram protagonismo na sua vida. Nas matemáticas diárias, procurou dividir o seu tempo multiplicando esforços para fazer igualar o amor e dedicação tanto pela literatura como pelos números.
Nasceu Néusia da Larsane Abílio Pelembe, mas a arte baptizou-a de Larsan Mendes.
Formada em engenharia de petróleo e gás pela Universidade de Mineração de São Petersburgo, na Rússia, Larsan Mendes sempre foi apaixonada pela arte de ler e escrever. Aos 14 anos, ainda no ensino secundário, começou a desenhar os seus primeiros passos na escrita. Desde então não mais parou.
Agora, com 27 anos de idade, num cenário dominado por livros, Larsan Mendes deixou a sua arte falar mais alto.
A Biblioteca do Camões – Centro Cultural Português em Maputo foi o ponto de encontro e local escolhido para dar linguagem a um dos sentimentos mais nobres do ser humano – o amor –, por meio da obra literária intitulada “O amor que há em ti”.
O romance, que lança a escritora no universo das artes, conduz a uma viagem impactante onde a médica Ana Maria e o advogado Mateus Xalica ditam os caminhos do amor em paragens e avanços marcados por mistérios e revelações, que transformam as aproximadamente 350 páginas, distribuídas em 38 capítulos, numa aventura sem igual.
O amor que há em ti é um romance de 38 capítulos que explora o amor nas suas diversas formas: amor entre irmãos, entre amigos, entre casais
O amor que há em ti é uma celebração do amor. É um romance que explora a importância do amor para nós enquanto seres humanos. É sobre escolhas, dor, perdão, segredos e tudo isso é abordado de uma forma leve e cativante”, esclareceu a autora.
Chancelado pela editora Fundza, O amor que há em ti foi menção honrosa em 2019, na terceira edição do Prémio Literário Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM/ Eugénio Lisboa).
Rico em detalhes sobre os lugares, acções e personagens, o romance também explora traços da moçambicanidade. Quer pelos nomes (Joaquim Mabungo), pelos sons que ecoam no texto, como “cão de raça” de Azagaia, ou ainda pelas experiências que nos são comuns no dia-a-dia como andar de “chapa”, a escritora fala de amor amando Moçambique, as suas culturas e as suas gentes.
“Acho importante colocar detalhes típicos nacionais para aproximar os leitores moçambicanos da nossa realidade, e aos leitores internacionais para conhecerem a nossa cultura por meio da escrita”, afirmou Larsan Mendes.
Na mesma ocasião, foi lançada pela Fundza a obra da jovem jornalista Clévia Guivala, intitulada A rapariga sem reflexo. A obra, que também marca a estreia da autora na literatura, é uma história motivacional que pretende inspirar sobretudo raparigas a optarem pela razão em detrimento da emoção no processo de tomada de decisões.
O amor que há em ti e A rapariga sem reflexo são livros seleccionados na primeira chamada literária da Editorial Fundza, o que permitiu a ambas as autoras estrearem-se em livro.
Texto Yana De Almeida • Fotografia Mariano Silva
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