A comunidade científica já estava consciente de que o abuso das redes sociais é prejudicial para a saúde mental dos jovens, mas um novo estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos da América, veio mostrar que este uso excessivo pode mesmo afectar o desenvolvimento cerebral dos adolescentes.
Segundo a pesquisa, o cérebro dos adolescentes pode tornar-se mais sensível ao antecipar recompensas e castigos sociais ao longo do tempo, à medida que aumenta a utilização das redes sociais. Assim, o público que cresce a verificar os media com mais frequência está a tornar-se hipersensível ao feedback dos outros.
Os investigadores afirmam que, embora esta maior sensibilidade ao feedback social possa promover o uso compulsivo dos media sociais no futuro, pode também reflectir um possível comportamento adaptativo que permitirá aos adolescentes navegar num mundo cada vez mais digital.
Os especialistas comentam que isto se deve precisamente ao facto de as plataformas da comunicação social fornecerem um fluxo constante e imprevisível de feedback social sob a forma de gostos, comentários, notificações e mensagens. “Estes contributos sociais são frequentes, inconsistentes e muitas vezes gratificantes, tornando-os reforços especialmente poderosos, podendo condicionar os utilizadores a verificarem repetidamente os meios de comunicação social”, salientam.
Vários possíveis danos causados pelo uso de redes sociais por adolescentes foram postos à prova através da investigação, tais como o impacto na imagem, aumento de depressão e tendências suicidas.