O plano de produção para o sector da indústria extractiva para 2023 prevê um crescimento global de 23,1%, que será apoiado pelo aumento da produção de rubis, carvão, areias pesadas (ilmenite, zircónio e rutilo), gás natural e materiais de construção, de acordo com o Plano Económico e Social e o Orçamento de Estado 2023 (PESOE 2023).
Segundo o portal de notícias O.Económico, o Governo sustenta a previsão com a tendência que o mercado internacional tem vindo a apresentar.
“Gradualmente, o mercado internacional mostra-se aberto ao comércio de recursos minerais e as empresas da área mineira têm vindo a retomar o ritmo normal de produção, resultante da adaptação das medidas de mitigação destinadas a reduzir os impactos negativos do choque pandémico e as repercussões do conflito Rússia-Ucrânia nas cadeias globais de abastecimento”, indica o PESOE 2023.
Nesta perspectiva, há um aumento na produção de minerais com grande peso na estrutura global, nomeadamente ouro, areias pesadas, grafite, rubi e carvão mineral.
De acordo com o Governo, a operacionalização da Unidade de Gestão do Processo de Kimberley (UGPK), os procedimentos técnicos de acompanhamento da produção e comercialização de metais preciosos e pedras preciosas permitem a aferição da produção real e a recuperação de dados não declarados.
“Em 2023, a actividade de rastreio será intensificada para maximizar a recolha de dados de produção pelas empresas e na mineração artesanal”.
No âmbito do PESOE 2023, o plano de produção de ouro indica um crescimento de 23% relativamente às projecções de 2022, uma vez que se espera uma produção de 1341,80 quilogramas em 2023.
De acordo com o Governo, o crescimento é o resultado de: (i) maior controlo da extracção artesanal; (ii) bom desempenho das empresas produtoras deste recurso mineral em 2022, cujo plano de produção foi de 1022 kg; (iii) continuação da exploração de depósitos de rochas duras; (iv) introdução de uma nova fábrica de processamento no ano 2022, aumentando significativamente a capacidade de processamento até meados de 2023; (v) retoma das actividades das empresas de exploração em Manica em 2022; e (vi) início previsto da produção por empresas em Nampula.
Do lado das areias pesadas, espera-se um aumento da produção devido ao início da produção nas novas concessões bem como ao aumento da produção na maior empresa de extracção de areias pesadas, como resultado do incremento da oferta no sector dos pigmentos ilmenite e de uma maior da procura no mercado internacional.
As projecções indicadas no PESOE 2023 apontam para um crescimento da produção de grafite na ordem dos 48% em relação às projecções de 2022, na sequência da recuperação da maior empresa produtora deste recurso mineral. Prevê-se também que a procura no mercado de grafite em flocos continue a aumentar, bem como a potencial melhoria da disponibilidade de contentores marítimos a partir de 2022, reflectida num aumento da produção para 270 000 toneladas em 2023.
Nas pedras preciosas e gemas, o destaque vai para o início da produção de rubis em Montepuez em 2022 e o aumento significativo da produção do maior produtor deste recurso mineral que voltou a funcionar em pleno. Estima-se que para 2023 a produção aumente em 186% representando 12 636 051 quilates, com a melhoria das instalações de transformação e dos meios de produção. Está previsto perfurar um total de 10 000 metros em furos rotativos e helicoidais, a fim de alcançar o depósito primário e identificar a fonte do rubi de alta qualidade e delinear o corpo mineralizado.
Relativamente à produção de carvão mineral, em 2023 as taxas de crescimento serão de 18% para o carvão de coque e de 28% para o carvão térmico em comparação com as projecções para 2022, representando 8 362 803,30 toneladas para o carvão de coque e 7 893 151,60 toneladas para o carvão térmico.
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