O comandante da Marinha de Guerra de Moçambique assegurou ontem, 22 de Dezembro, que o espaço marítimo de Cabo Delgado está “totalmente livre” dos rebeldes que aterrorizam aquela província do Norte do País há cinco anos.
“A componente naval consolidou todos os espaços marítimos junto à costa de Cabo Delgado, sobretudo na margem norte. São áreas que estão totalmente libertadas”, declarou Eugénio Muatuca na província de Cabo Delgado.
Segundo a fonte, os esforços dos parceiros que apoiam as forças governamentais dinamizaram a sua capacidade no terreno, permitindo a recuperação de pontos que estavam nas mãos dos insurgentes, como o caso do porto de Mocímboa da Praia, que esteve durante quase um ano sob domínio rebelde.
“O porto de Mocímboa da Praia está a funcionar normalmente e as actividades ligadas aos projectos de gás [no distrito de Palma] também estão a funcionar normalmente”, frisou Eugénio Muatuca.
“Neste momento, as nossas forças estão posicionadas no sentido de desencorajar qualquer actividade ilícita e garantir a segurança das populações, que gradualmente têm estado a regressar às suas aldeias para desenvolver as suas actividades”, acrescentou.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde Julho de 2021 com apoio do Ruanda e da SADC, libertando distritos junto aos projectos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.