O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, anunciou esta segunda-feira, 19 de Dezembro, que convocará uma Cimeira de Ambição Climática para Setembro de 2023, em que só serão aceites “acções climáticas novas, credíveis e sérias” que ajudem a reverter a crise ambiental.
Num balanço do ano de 2022 feito à imprensa na sede da ONU, em Nova Iorque, Guterres voltou a colocar a crise climática como um dos pontos centrais do seu mandato, apelando a todos os líderes – Governos, empresas, cidades e regiões, sociedade civil e financiadores – por um posicionamento mais forte e efectivo nesse sentido.
“As alterações climáticas e a perda de biodiversidade são outras áreas em que pode ser difícil encontrar boas notícias. Ainda nos estamos a mover na direcção errada. A lacuna global de emissões (de gases de efeito de estufa) está a crescer. (…) Os planos climáticos nacionais estão a ficar terrivelmente aquém. Mas não estamos a recuar. Estamos a dar luta”, disse o líder das Nações Unidas.
Ajudar as economias emergentes a abandonar o carvão e a acelerar a revolução da energia renovável continuam a ser algumas das prioridades da ONU, assim como restaurar a confiança entre o norte e o sul.
“Este ano, grandes parcerias bilionárias para a transição de energia justa foram lançadas com a Indonésia, a África do Sul e, na semana passada, o Vietname. (…) Daqui para a frente, continuarei a pressionar por um Pacto de Solidariedade Climática, no qual todos os países façam um esforço extra para reduzir as emissões nesta década, em linha com a meta de 1,5 graus celsius e garantir apoio a quem precisa”, afirmou Guterres.
Frisando que não irá ceder nos seus objectivos ambientais, o ex-primeiro-ministro português anunciou a convocação da “Cimeira de Ambição Climática” para Setembro do próximo ano.
“O convite está aberto. Mas o preço de entrada não é negociável – uma acção climática nova, credível e séria e soluções baseadas na natureza que farão a agulha avançar e responder à urgência da crise climática. Será uma cimeira sem excepções. (…) Não haverá espaço para retrocessos, greenwashers (estratégia para forjar imagem ecologicamente responsável junto do público), repartição de culpas ou anúncios de anos anteriores”, advogou.
O intuito desta nova Cimeira é acelerar a acção climática à medida que o mundo avança na tentativa de cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Estou mais determinado do que nunca a fazer de 2023 um ano de paz, um ano de acção. Não podemos aceitar as coisas como elas são. Devemos às pessoas encontrar soluções e agir. (…) Avançar nos ODS e enfrentar as desigualdades. Reformar um sistema financeiro internacional moralmente falido (…) e entregar um planeta habitável para nossos filhos e netos”, concluiu o secretário-geral.