O ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, reconheceu nesta quarta-feira, 7 de Dezembro, que os problemas da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) são antigos, mas ressalvou que o Executivo pretende tomar decisões que vão culminar com a resolução dos problemas de uma vez por todas.
“A solução para a Linhas Aéreas de Moçambique não se pode desenhar de um dia para o outro, porque o problema que enfrenta é secular. É preciso que se entenda a história e depois se faça uma análise objectiva, mas também integrando todos os sectores da sociedade, porque a LAM é um bem colectivo. Precisamos de ouvir as diversas forças, basearmo-nos em informação científica de estudos independentes e credíveis que possam ajudar-nos a tomar uma decisão, a definir o caminho. Isto se quisermos resolver o problema de uma vez por todas”, declarou o governante citado pelo jornal Evidências.
A privatização tem sido apontada como uma das soluções para “resgatar” a empresa LAM. No entanto, o ministro mostrou reservas quando instado a falar da possibilidade de privatizar, tendo adiantado que o Estado tem duas opções em carteira.
“Não sei se a privatização é a ‘cura de toda a doença’. Estamos a fazer um estudo independente sobre quais são as causas e possíveis soluções. Temos um relatório já finalizado. Agora temos de reflectir e engajar todos os que têm algo com que contribuir para determinarmos qual é o caminho. Num extremo daquilo que são as reformas económicas está a privatização. E existe a opção da parceria público-privada. Estas opções são bem vistas dentro do contexto de quem quer realmente mudar o status da LAM”, referiu Mateus Magala à margem da abertura da Conferência Lusófona das Ciências da Comunicação.
A Air Ruanda foi cogitada como uma das soluções dos problemas da LAM durante a quadra festiva, mas o governante garantiu que o Executivo ainda não tem nenhuma informação sobre esta possibilidade, e reiterou que o Governo vai anunciar uma base sólida para reestruturar a companhia aérea moçambicana.
“Para ser honesto, não tenho essa informação, mas, como sabem, Moçambique tem, internamente, as suas linhas aéreas e outros que estão a ser autorizados a voar no espaço interno. Dentro destes acordos vamos continuar a promover o transporte aéreo”, disse o governante, sublinhando que “o Governo não está satisfeito com essa situação, por isso é que vamos fazer reformas. No próximo trimestre, teremos uma comunicação mais efectiva de como vamos tirar as nossas linhas aéreas do estado actual. Estamos confiantes que teremos solução.”
Recorde-se que Moçambique esteve nesta segunda-feira, 5 de Dezembro, sem disponibilidade de aviões para viagens, devido a avarias em quatro aeronaves da LAM.