Filipe Nyusi: “Insatisfação na Função Pública Deve Ser Resolvida Com Base no Diálogo”

O Presidente da República, Filipe Nyusi, revelou esta quinta-feira, 8 de Dezembro, que o Governo já pensou em interromper o pagamento aos médicos com base na Tabela Salarial Única (TSU). Segundo o dirigente, a intenção visava compreender a real reivindicação da classe.

Discursando na cidade de Quelimane, província da Zambézia, durante a inauguração de um condomínio de 32 quartos para os médicos afectos ao Hospital Central de Quelimane, Filipe Nyusi defendeu que toda a insatisfação na função pública deve ser resolvida com base no diálogo e não ser pautada por uma atitude que pode trazer consequências graves à população, como está a acontecer no momento, e que contrasta com o juramento da classe médica, que é salvar vidas humanas.

“Não andamos atrás de quem faz greve ou não faz, mas a consciência que vi aqui, depois de ter falado com o director do Hospital Central de Quelimane e com os respectivos trabalhadores, é de que nos empenhamos em fazer tudo para o bem do nosso povo”, afirmou Nyusi.

O chefe do Estado explicou que “[durante] anos e anos, ficámos desnivelados no salário e nós [Governo] tomámos iniciativa de estabilizar a situação. Estamos a pensar em mais coisas, por isso, não nos bloqueiem. Não existem funcionários de primeira ou segunda, e, como tal, tivemos esta iniciativa dentro das poucas possibilidades que existem”.

De acordo com Filipe Nyusi, no seu Governo, não existe espaço para as pessoas terem “medo de conversar” com os membros do Executivo.

“Nós conversamos mesmo com aqueles que pensam que são diferentes ideologicamente. Não vejo por que não se encontre solução. Eu não estou aqui a negociar, mas o sistema financeiro deste País é tão pequeno que o que estamos a fazer é uma aventura que nos leva a pensar como encontrar soluções para o sucesso da Tabela Salarial Única”, declarou Nyusi.

A Associação Médica de Moçambique (AMM) iniciou esta segunda-feira, 5 de Dezembro, uma greve nacional de 21 dias prorrogáveis, contestando o incumprimento das suas reivindicações na aplicação da nova TSU.