Os primeiros fundos para a reconstrução das empresas destruídas durante a passagem do ciclone Idai, na cidade da Beira, em Março de 2019, serão alocados até final deste mês.
A garantia foi avançada nesta terça-feira, 6 de Dezembro, ao Notícias, pelo director executivo do Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones, Luís Mandlate, adiantando que a sua instituição já celebrou, inclusivamente, nove acordos com diferentes firmas para este propósito.
Assim, as nove empresas elegíveis para este financiamento do Banco Mundial, que desembolsou 15 milhões de dólares, deverão receber um montante de 13,7 milhões de meticais até final deste mês.
Trata-se, segundo Luís Mandlate, da primeira janela de oportunidade para este fundo perdido, denominado por subvenções equivalentes, sendo que das 492 candidaturas, mais de 150 poderão beneficiar deste financiamento ainda este ano.
Conforme está previsto, já para a segunda janela, estão em pré-avaliação 3799 empresas, com o processo a ser antecedido pelo período de apresentação do plano de negócios, protecção de aspectos ambientais e outras exigências do financiador.
Reagindo ao anúncio, o presidente do Conselho Empresarial (CEP), Ricardo Cunhaque, manifestou a sua satisfação sustentando que mais de metade dos projectos submetidos pertence aos empresários daquela urbe que perderam quase tudo devido ao impacto devastador daquele temporal. Recordou que diversos empreendimentos, entre micro, pequenas e médias empresas, foram severamente devastados, necessitando de fundos para a sua recuperação, sobretudo em obras resilientes para enfrentar eventuais futuros eventos extremos.
“O Conselho Empresarial de Sofala pretende ver todos seus filiados a beneficiarem deste fundo, que deveria ser distribuído por sector de actividade, como padarias, logística, transporte, construção civil, avicultura, restauração, entre outros”, referiu o dirigente. Mesmo assim, apontou que decorre o processo de reconstrução resiliente com fundos próprios e recurso ao crédito na banca comercial, descapitalizando ainda mais os empresários daquela urbe.
Defendeu, entretanto, que a posição do Governo e do Banco Mundial de transformar o crédito em donativo representa um motivo de satisfação, porque o sector privado sempre procurou saber dos critérios de acesso a estes fundos. “Sempre clamámos pelo financiamento com taxas de juros, critérios e período de carência acessíveis. Depois do lançamento desta linha, houve sempre a necessidade de se corrigir. Agora o Governo decidiu que seria por bonificação, por isso, saudamos e agradecemos este gesto de solidariedade”, agradeceu Ricardo Cunhaque.
Na globalidade, naquela cidade, o temporal afectou cerca de 480 empresas provocando o desemprego a milhares de trabalhadores directos e indirectos. Alguns estragos estão a ser reparados depois de três anos.