A Associação Médica de Moçambique (AMM) denunciou a substituição de médicos em greve por médicos militares e estudantes de medicina, tendo, por isso, ameaçado paralisar todos os serviços caso o cenário continue.
De acordo com os dados da AMM, os hospitais estão a recorrer a militares e estudantes de medicina para suprir os lugares vazios deixados pelos mais de dois mil médicos que aderiram à greve em todo o País.
Segundo o secretário-geral da Associação, Napoleão Viola, o acto de substituição pode incorrer numa situação que provoque danos específicos nos doentes, na medida em que aqueles indivíduos não estão credenciados nem têm competências para poder observar doentes.
“Vemos situações em que são passadas receitas erradas aos pacientes e isso é um perigo para a saúde pública a nível nacional”, alertou o secretário-geral.
Além de colocar em perigo a saúde pública, Napoleão Viola avançou que esta atitude poderá provocar uma greve geral dos médicos antes de se esgotarem os 21 dias anunciados.
“Havendo situações de violação dos princípios da greve, há espaço para que passemos para uma greve total, em que nenhum serviço será garantido. O Governo, dado que se coloca numa posição em que acha que tem capacidade para continuar a prestar serviços apesar da greve, vai encontrar as melhores soluções que quiser”, ameaçou Viola.
O recurso a médicos militares e estudantes de medicina para substituir os profissionais em greve está a acontecer nos hospitais gerais, provinciais e centros de saúde, sobretudo da Cidade de Maputo.
A greve dos médicos começou esta segunda-feira, 5 de Dezembro, estando em causa a contestação contra a Tabela Salarial Única recentemente aprovada pelo Governo.
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