Dividido entre a Austrália e África do Sul, e com sede no Reino Unido, o Square Kilometre Array (SKA) será o maior radiotelescópio alguma vez construído, e procurará respostas relativamente à origem do Universo e também sobre a vida extraterrestre.
Foi com dupla festa – na África do Sul e na Austrália – que se deu início à construção do Observatório SKA, o maior telescópio do mundo. Passaram 30 anos desde que começou a ser pensada esta aventura científica.
Distribuído por duas das mais remotas zonas da Terra, os desertos de África do Sul e da Austrália, e com sede no Reino Unido, o Square Kilometre Array fará uso de milhares de discos e de cerca de um milhão de antenas de baixa frequência, que irão permitir aos astrónomos monitorizar o céu com um detalhe e velocidade sem precedentes. “A sua configuração única irá garantir um alcance sem comparação nas observações, excedendo largamente a resolução do Hubble Space Telescope”, lê-se na página do projecto.
Por ocasião da cerimónia que marcou o início da construção do SKA, a 5 de Dezembro, a presidente do conselho de administração da SKA, Catherine Cesarsky, lembrou que o projecto está “em construção há muitos anos. Hoje, reunimo-nos aqui para marcar outro capítulo importante nesta jornada de 30 anos em que estivemos juntos. Uma jornada para entregar o maior instrumento científico do mundo. Após 18 meses de intensas actividades ao redor do mundo, iniciámos a construção dos telescópios SKA.”
O sistema irá operar numa frequência entres os 50 megahertz e os 25 gigahertz, numa amplitude que permitirá detectar sinais de rádio, mesmo os mais ténues, vindos de fontes cósmicas a milhares de milhões de anos-luz da Terra, incluindo os sinais emitidos após o Big Bang. Estudar a história do elemento mais abundante no Universo, o hidrogénio, ou testar a Teoria de Einstein ou até procurar vida extraterrestre serão alguns dos objectivos desta gigantesca missão científica que já está a envolver contratos para a sua construção no valor de 300 milhões de euros, mais 150 milhões para o observatório em si e 100 milhões para as antenas. O valor total do projecto está orçamentado em dois mil milhões de euros.
Espera-se que em 2028 a área de captação atinja os 500 mil metros quadrados, continuando a aumentar à medida que forem sendo acrescentadas mais antenas, até se atingir o desejado quilómetro quadrado.
Além da África do Sul e Austrália, fazem parte Portugal, Reino Unido, e ainda a China, Itália, Países Baixos e Suíça. França, Espanha e Alemanha estão prestes a tornarem-se membros do consórcio. Canadá, Índia, Suécia, Coreia do Sul e Japão já demonstraram intenção de vir a integrar também o projecto.