A indústria do transporte aéreo de passageiros perderá 6900 milhões de dólares este ano, antes de regressar a lucros limitados em 2023, segundo as projecções apresentadas esta terça-feira, 6 de Dezembro, pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Segundo o documento divulgado, a IATA prevê que a indústria do transporte aéreo de passageiros obtenha lucros limitados em 2023, de 4700 milhões de dólares.
A indústria das companhias aéreas de passageiros e de carga considera que as restrições de viagens na China, os preços do petróleo e potenciais problemas de fornecimento de peças sobressalentes são os maiores desafios que enfrentará em 2023.
Ainda assim, e apesar das perdas, a indústria terminará o ano melhor do que a IATA tinha previsto há seis meses, quando projectava perdas de cerca de 10 mil milhões de dólares.
Com os resultados anunciados esta terça-feira, as companhias aéreas iniciam a transição para uma recuperação real, prevista para 2024, após um período de quase colapso, com uma perda colossal de 137 mil milhões de dólares em 2020 e 42 mil milhões em 2021.
O director geral da IATA, Willie Walsh, disse que agora é altura de falar de crescimento lento, embora o ritmo dependa do tempo que levarão os negócios na China a normalizar. Espera, no entanto, que aconteça já em 2023, e considera que, no geral, a indústria está no bom caminho, mesmo estando ainda no vermelho este ano, tendo em conta a crise profunda que atravessou e o impacto actual dos preços elevados do petróleo.
Na conferência de imprensa anual da IATA para apresentar os resultados anuais da indústria, o responsável explicou que o aumento das tarifas aéreas reflecte simplesmente o aumento dos preços dos combustíveis. “A indústria não pode absorver tal aumento do preço do petróleo”, sendo que a situação é agravada por aumentos de outros custos, como está a acontecer na Europa, onde os custos do controlo do tráfego aéreo têm aumentado.
De acordo com a IATA, a situação financeira de muitas companhias aéreas é muito apertada, com algumas a ganharem tão pouco como um dólar por passageiro por voo.
Um grupo de países pediu à Organização da Aviação Civil Internacional (agência da ONU) para examinar se os aviões comerciais poderiam ser pilotados em segurança com um único piloto, uma ideia que Walsh disse não ser realista durante 15 anos ou mesmo 25, apesar dos avanços tecnológicos nas aeronaves.
Segundo o responsável, a guerra na Ucrânia teve “um impacto limitado” no transporte internacional de passageiros, uma vez que os números que deixaram os mercados aéreos ucraniano e russo eram “relativamente pequenos”.
Por esta razão, não se espera que a guerra tenha um impacto financeiro directo na indústria, embora se reconheça um efeito indirecto através da pressão sobre os preços do petróleo.
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