O Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, disse que o desenvolvimento de África deve ser uma prioridade para todos os africanos da diáspora.
Segundo Adesina, que falava à margem do Fórum do BAD, com centenas de académicos e líderes de instituições internacionais de todo o mundo sobre formas de aproveitar as competências, riqueza e dinamismo dos 160 milhões de habitantes da diáspora africana para o seu crescimento e desenvolvimento, em Abidjan, Costa do Marfim, independentemente do sucesso no estrangeiro, os africanos continuam ligados ao seu continente como fonte de identidade e orgulho.
“A diáspora africana tornou-se o maior financiador de África! E não é uma dívida: são 100% presentes ou donativos, uma nova forma de financiamento concessional, que é a chave para a segurança de subsistência de milhões de africanos”, afirmou o presidente do BAD, acrescentando que, “em contraste com o elevado nível de fluxos de remessas em 2021, a ajuda oficial ao desenvolvimento em África em 2021 cifrou-se em 35 mil milhões de dólares”.
De acordo com o comunicado do BAD, o fórum centrou-se em vários temas, como a securitização de remessas, obrigações da diáspora, promoção do comércio e do investimento, bem como o reforço da investigação, inovação e partilha de tecnologia. Para o BAD, as remessas securitizadas ofereceram aos governos africanos sólidas garantias de investimento e uma fonte de financiamento através da emissão de obrigações.
“Para além das remessas, os africanos no estrangeiro representam uma fonte de investimento directo, conhecimentos e competências muito necessários que podem ser transferidos para empresas e trabalhadores nos seus países de origem”, relata o comunicado divulgado neste sábado, 3 de Dezembro.
O evento híbrido teve lugar no difícil contexto geopolítico de elevados desequilíbrios económicos globais que atrasam o investimento directo no continente e aceleram as mudanças no mercado de trabalho. Como resultado, os peritos acreditam que os 95,6 mil milhões de dólares que os africanos no estrangeiro transferiram para o continente, bem como as suas competências e conhecimentos, assumiram maior importância para as perspectivas de África.
Alinhando na mesma posição, o secretário-geral do Secretariado da Área de Comércio Livre Continental Africana, Wamkele Mene, afirmou que as remessas oferecem uma janela de oportunidade para o desenvolvimento de África num cenário de declínio do investimento directo estrangeiro e da ajuda externa.