Numa entrevista com a BBC, Howard Hu, um alto funcionário da NASA e líder do programa aeroespacial Orion, disse que a Missão Artemis prevê que os astronautas vivam por longos períodos na Lua nos próximos anos.
Segundo Hu, o lançamento do foguetão Artemis I, no dia 16 de Novembro, foi um “dia histórico para o voo espacial humano” porque representou um avanço em relação à criação de habitats lunares – que a princípio servirá de base de apoio às missões científicas.
O foguete transportou a nave espacial Orion, que se encontra actualmente a cerca de 134 mil quilómetros da Lua, juntamente com um “manequim” capaz de registar os impactos da viagem sobre o corpo humano. Se o voo tiver sucesso e os registos mostrarem que a viagem é segura, o plano é ter humanos a viver na Lua “ainda nesta década”.
Para a BBC, Hu disse que este “é o primeiro passo que estamos a dar para a exploração do espaço profundo a longo prazo, não apenas para os Estados Unidos, mas para o mundo”.
Qual é a missão da Nasa Artemis?
O foguetão Artemis I de 100 metros de altura levantado do Centro Espacial Kennedy no Cabo Canaveral na Ilha Merritt, nos Estados Unidos, foi a terceira tentativa de lançamento e a primeira a ser bem-sucedida. A NASA tinha tentado a descolagem em Agosto e Setembro, mas teve de abortar a missão em contagem decrescente devido a problemas técnicos.
Segundo Hu, a missão actual está a correr bem, com todos os sistemas a funcionar.
Um dos objectivos deste regresso do homem à Lua é descobrir se há água no pólo sul do satélite. Se assim for, será possível produzir combustível para naves espaciais que irão mais fundo no espaço, tais como as de Marte.
“Vamos enviar pessoas para a superfície (da Lua), que nela ficarão a viver. Vão fazer ciência”. As missões Artemis possibilitam-nos ter uma plataforma sustentável e um sistema de transporte que nos permite aprender a operar nesse ambiente do espaço profundo”, disse Hu à BBC. “Será realmente importante para nós aprender um pouco para além da nossa órbita terrestre e depois dar um grande passo quando formos a Marte”.
O desafio de regressar à Terra
Um dos maiores desafios da missão Artemis I e um motivo de preocupação para os cientistas é o regresso da cápsula Orion à Terra, o que deverá acontecer a 11 de Dezembro. A nave irá reentrar na atmosfera do planeta a 38 000 km/h – o que equivale a 32 vezes a velocidade do som. Além disso, o escudo na sua parte inferior será submetido a temperaturas próximas dos 3000°C, o que poderá trazer riscos para a segurança do equipamento espacial.