O Absa Bank informou esta quinta-feira, 1 de Novembro, que apresentou recentemente a sexta edição do seu relatório intitulado Absa Africa Financial Index, um estudo sobre a atractividade dos mercados financeiros que abrange 26 economias africanas.
O documento faz também uma abordagem de como essas economias podem posicionar-se para atrair maiores níveis de investimento e impulsionar o crescimento económico. O enfoque especial desta edição foi dado à realidade moçambicana, e como o País poderá melhorar o ranking comparativamente com os países da região.
Segundo o comunicado da instituição, esta sexta edição foi desenvolvida em parceria com a OMFIF (Official Monetary and Financial Institutions Forum) e apresenta uma análise da performance do mercado de capitais focada em seis pilares estratégicos que constituem a referência do estudo. São eles: a profundidade do mercado, o acesso à moeda estrangeira, a transparência do mercado, o ambiente tributário e regulatório, a capacidade dos investidores locais, a oportunidade macroeconómica e a legalidade e aplicabilidade dos acordos globais dos mercados financeiros.
O documento foi apresentado pelo director de Estudos de Pesquisa de Mercados para África do Grupo Absa, Jeff Gable, e pelo responsável da Sala de Mercados do Absa Bank Moçambique, Sérgio Maciel, num evento que se debruçou sobre aspectos da economia moçambicana, na análise dos resultados alcançados pelo País no último ano e no debate de possíveis acções de melhoria contínua do mercado de capitais moçambicano.
Além da vertente financeira, um dos destaques do encontro foi a atenção dada à sustentabilidade e às iniciativas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) sob o tema “transparência do mercado e ambiente regulatório”, o que confirma a mudança de paradigma que os mercados financeiros mundiais e da região estão a colocar nesta temática, cada vez mais relevante para o crescimento e desenvolvimento económico.
Nesta edição, Moçambique apresentou fortes perspectivas de melhoria devido à compensação da dívida externa, às perspectivas macroeconómicas de crescimento associadas à produção e exportação de gás, à transparência das decisões macroeconómicas e ao uso de standards financeiros internacionais (IRFS).
‘’É importante que nos posicionemos também diante da volatilidade dos mercados e, a meu ver, isto passará pela diversificação dos produtos, não só no âmbito de mercado de capitais, mas também a nível do mercado financeiro como um todo. Dessa forma, conseguiremos paulatinamente atingir patamares mais elevados no ranking dos países do ‘índex’ e atrair maiores níveis de investimento local e estrangeiro”, afirmou Patricia Darsam, directora da Banca Corporativa e de Investimentos do Absa Bank Moçambique.
Já Salim Valá, PCA da Bolsa de Valores de Moçambique, afirmou: “O relatório mostra que devemos introduzir novos produtos e serviços, assim como novos instrumentos financeiros. Colher experiências dos nossos parceiros como é o caso de Cabo Verde nos ‘green’ e ‘blue’ bonds, do Brasil e Angola é fundamental. Toda a conjuntura económica e macroeconómica do País remete-nos para muitos desafios. Os 39 pontos que nos foram atribuídos pelo índice não são positivos, mostram que não mudámos. Estamos numa situação estável desde o ano passado, mas ainda há trabalho a fazer.”
Por seu turno, o administrador delegado do Absa Bank Moçambique, Pedro Carvalho, disse que a evolução dos mercados financeiros não se faz de “um ano para o outro”, acrescentando que o mais importante é verificar quais são as oportunidades de melhoria, e quem são os intervenientes que devem participar para que o desenvolvimento se realize.
Como nota de fecho, revelou que as edições do Absa Africa Financial Markets Index têm como objectivo fomentar o debate entre todos os participantes e intervenientes nos mercados financeiros, por serem um importante instrumento para o desenvolvimento económico.
“No relatório, destacámos os pontos mais importantes do mercado financeiro moçambicano, e o que queremos efectivamente é espoletar este tipo de debate, trazer os intervenientes para uma sala e, para além de analisarmos o relatório, podermos debater e identificar os caminhos para que o mercado financeiro possa crescer e ser uma alavanca importante para o desenvolvimento do País”, concluiu.