Um primeiro carregamento de fertilizantes russos saiu ontem, 29 de Novembro, dos Países Baixos, com destino a África no âmbito do acordo promovido pela ONU para facilitar as exportações destes produtos, dificultadas desde a invasão da Ucrânia, a 24 de Fevereiro passado.
Conforme anunciado pelas Nações Unidas, este primeiro carregamento de 20 mil toneladas de fertilizantes é transportado por um navio fretado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) que se dirige para Moçambique e terá como destino final o Maláui.
O carregamento, que deveria ter saído na semana passada, é o primeiro de uma série de fornecimentos de fertilizantes russos, para países africanos, que estavam bloqueados em portos europeus e que foram doados por uma empresa russa.
No total, a doação foi de 260 mil toneladas e, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, vai ajudar a “aliviar as necessidades humanitárias e evitar uma perda catastrófica de colheitas em África, em plena época de sementeira”.
A iniciativa faz parte do acordo que a Ucrânia e a Rússia selaram em Julho passado, com o apoio da Turquia e da ONU, e que também permitiu retomar as exportações de cereais ucranianos pelo Mar Negro.
Embora as sanções dos países ocidentais contra a Rússia não afectem alimentos e fertilizantes, segundo Moscovo, as exportações deste tipo de produtos foram praticamente paralisadas devido a restrições de empresas de logística ou dificuldades em garantir os carregamentos.
A ONU alerta há meses para o perigo representado pelo forte aumento dos preços dos fertilizantes desde 2019, que chegou aos 25%, tornando-os inacessíveis para muitos agricultores de países em desenvolvimento.
Consequentemente, a ONU receia que as colheitas sejam prejudicadas e que haja uma grave crise alimentar, principalmente em África.