O Presidente angolano, João Lourenço, disse esta terça-feira, 29 de Novembro, que Angola está a ultimar um plano director para o gás natural, num horizonte de 30 anos, e apelou aos investidores internacionais que olhem para as oportunidades de negócio no país lusófono.
João Lourenço falava na abertura da conferência internacional Angola Oil & Gás, promovida pela Energy Capital & Power, sob o lema “Promovendo uma Indústria de Petróleo e Gás Inclusiva, Atractiva e Inovadora em Angola”.
“O Executivo angolano está a concluir um plano director de gás natural, que definirá as bases para começar a potenciar os seus recursos em Angola, num horizonte temporal de cerca de 30 anos, por forma a garantir a criação de empregos e geração de receitas para o Estado”, destacou, na sua intervenção.
João Lourenço apontou alguns projectos estruturantes de gás natural que estão a ser implementados, com realce para o novo consórcio de gás cujo objectivo é garantir fornecimento contínuo à fábrica Angola LNG e à central térmica de ciclo combinado do Soyo, e sustentar a implementação de outros projectos industriais.
O chefe de Estado salientou que a conferência se realiza num período em que a situação geopolítica internacional tem criado distorções acentuadas no mercado das commodities, e que Angola aspira a ser um produtor competitivo de hidrocarbonetos.
Neste âmbito, o “Governo tem trabalhado incansavelmente para estabelecer um ambiente regulatório propício, tendo redefinido o modelo de governação do sector e os papéis das diferentes entidades”, afirmou, realçando a intervenção na petrolífera estatal Sonangol, focada “no seu principal objecto, que compreende toda a cadeia de valor da indústria petrolífera”.
Segundo João Lourenço, este novo modelo conferiu maior transparência e competitividade ao sector, tornando-o mais atractivo para a captação de investimentos nacionais e estrangeiros, o que permitiu manter a produção acima de um milhão e 100 mil barris por dia nos últimos cinco anos.
Para impulsionar o sector, o Executivo definiu outras medidas, como a estratégia de licitação que visa adjudicar 50 novos blocos até 2025, dos quais 20 já adjudicados, e a estratégia de exploração de hidrocarbonetos para intensificar a reposição de reservas.
Entre as medidas referidas pelo Presidente angolano, estão também o desenvolvimento da estratégia de refinação, incluindo a expansão da Refinaria de Luanda, que quadruplicou a produção de gasolina e das três novas refinarias – Cabinda, Soyo e Lobito.
Grande parte dos equipamentos para Cabinda já está no terreno, cuja capacidade será de processar 60 mil barris por dia, em 2023.
No Soyo, que vai processar 100 mil barris por dia, “já foi lançada a primeira pedra para a construção, e estão a decorrer trabalhos preliminares enquanto o promotor finaliza os documentos para a assinatura do contrato de financiamento”, adiantou o chefe do Executivo angolano.
Por outro lado, a Sonangol foi orientada para prosseguir com a construção da refinaria do Lobito, com capacidade para 200 mil barris por dia, decorrendo agora trabalhos de preservação de infra-estruturas já erguidas no terreno.
No caso do armazenamento, está a ser ampliada a armazenagem em terra e implementada a primeira fase de construção do terminal oceânico da barra do Dande.
João Lourenço abordou igualmente o tema da transição energética para uma economia de baixo carbono, sublinhando que o sector petrolífero deve promover uma gestão sustentável dos combustíveis fosseis.
Neste campo, o Governo angolano tem estado também engajado na construção de centrais fotovoltaicas através da Sonangol, com base em parcerias com empresas internacionais como a Eni e a Total, e empresas alemãs, para desenvolver projectos de produção de hidrogénio verde, que vão contribuir para sustentabilidade do seu portefólio de negócios.
O governante reiterou que Angola está aberta ao investimento privado propondo termos e condições fiscais e contratuais justos para todos os que querem investir no país.