O Chefe do Estado-Maior da Armada de Portugal, Henrique Gouveia e Melo afirmou esta terça-feira, 29 de Novembro, em Maputo, que o desenvolvimento económico de Moçambique está ligado à navegação marítima, mas, para tal, a fonte defende um investimento na cabotagem.
“O desenvolvimento económico de Moçambique estará assim, e na minha visão, intrinsecamente ligado às actividades marítimas, neste caso concreto, aos portos e caminhos-de-ferro que são os pontos de ligação do transporte marítimo, assim como os pontos de cabotagem, que correspondem a uma parte do transporte de carga manuseada nos portos moçambicanos”, explicou Henrique Gouveia e Melo.
Falando durante a 3.ª Conferência da Economia do Mar, Gouveia e Melo disse também que a navegação marítima pode constituir um elemento catalisador para uma nova economia.
Mas, entretanto, o interveniente, avançou que a localização geográfica de Moçambique e a sua extensa costa colocam o País vulnerável às invasões externas e às mudanças climáticas.
“Torna-se necessário, na minha opinião mais uma vez, reforçar a presença naval efectiva na costa, a monitorização de movimentos costeiros suspeitos e a capacidade de garantir eficazmente o apoio logístico. Além disso, Moçambique é, historicamente, o país da África Austral mais afectado por desastres naturais, dos quais se destacam as secas, os ciclones e as cheias”, sugeriu o Chefe do Estado-Maior da Armada de Portugal.
Por seu turno, o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, alertou que o gás natural não é o único caminho para o desenvolvimento do País, defendendo a necessidade de se investir noutras actividades ligadas ao mar.
“O desafio é fazer com que esta indústria do turismo, que compreende terra e mar no nosso país, fauna bravia e fauna marítima, seja também parte das prioridades e isso exige a preservação dos ecossistemas”, apontou Joaquim Chissano.