O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) anunciou ontem, 28 de Novembro, ter acusado o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, da prática de crimes de corrupção passiva para acto ilícito, participação económica, abuso de função e branqueamento de capitais.
Detido na África do Sul desde Dezembro de 2018, onde espera ser extraditado para os Estados Unidos para responder por crimes relacionados com as chamadas “dívidas ocultas”, Manuel Chang é agora acusado em Moçambique pelos crimes de corrupção passiva para acto ilícito, participação económica em negócio, abuso de cargo ou função e branqueamento de capitais.
Segundo o semanário Domingo, citando o comunicado de imprensa do GCCC, a acusação surge no seguimento da investigação que vinha sendo feita pelo organismo no âmbito do processo número 58/GCCC/17-IP, relativo a pagamentos indevidos a titulares de órgãos do Governo moçambicano pela construtora brasileira Norberto Odebrecht, no quadro da infra-estruturação da zona industrial de Nacala e construção do terminal de carvão da cidade da Beira.
No comunicado de imprensa do GCCC, Chang e outro ex-ministro e mais duas pessoas, cujos nomes não foram revelados, “receberam pagamentos indevidos da construtora brasileira Odebrecht para facilitar projectos nas cidades de Nacala e Beira, províncias de Nampula e Sofala, respectivamente”.
Recorde-se que, no caso das dívidas ocultas, Manuel Chang foi detido em Dezembro de 2018 quando se encontrava em trânsito no Aeroporto Internacional Oliver Tambo de Joanesburgo, na África do Sul, estando em prisão preventiva desde então.