O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola exortou esta segunda-feira, 28 de Novembro, as autoridades angolanas a aproveitarem a actual dinâmica do preço do petróleo para diversificarem a economia, valorizando o potencial agrícola e promoverem o crescimento económico.
“Vamos aproveitar o momento em que a dinâmica do preço do petróleo está a favor do país para avançar com reformas no sentido de garantir a diversificação económica, de promover o crescimento económico, de criar oportunidades para uma parcela da população que ainda sofre e, assim, criar melhores condições de vida para todos”, declarou Marcos Souto.
Para o representante do FMI, países exportadores de petróleo como Angola, com forte dependência deste produto, enfrentam enormes factores de risco, sobretudo devido à volatilidade do preço, daí a necessidade da diversificação económica.
“E aqui faço eco [sobre a necessidade de] se fazer uma diversificação económica, não no sentido de diminuir a actividade petrolífera, mas para aumentar a actividade não petrolífera”, apontou. “A questão da diversificação coloca-se uma vez que se dependerá menos de uma commodity. Se houver um impacto nessa commodity, existirão formas de compensar com a variação do preço de outros produtos que o país produz”, defendeu.
Em declarações durante a apresentação do Relatório sobre as Perspectivas Económicas Regionais da África Subsaariana do FMI, Marcos Souto insistiu na necessidade de Angola apostar na diversificação económica para valorizar as suas enormes potencialidades agrícolas.
“Temos em Angola diversas potencialidades para aumentar a produção agrícola […] Fiquei surpreso com o potencial que existe em várias regiões e o quão pouco é explorado”, observou.
Em relação ao relatório, o responsável deu conta que Angola apresenta um rácio da dívida do Produto Interno Bruto (PIB) que está a cair, em grande medida por causa da dinâmica da taxa de câmbio.
“Mais de 80% da dívida pública é em moeda estrangeira, mas há também aqui um esforço no sentido de se reduzir a dívida pública, a composição […] e o risco de refinanciamento”, constatou o representante do FMI em Angola.