A plataforma de empréstimos cripto BlockFi pediu protecção contra credores, ao abrigo do capítulo 11 da lei de insolvência nos Estados Unidos. O pedido deu entrada no tribunal de New Jersey e surge cerca de um mês depois do colapso da FTX.
Nos documentos que deram arranque ao processo judicial, e que são citados por vários órgãos da imprensa internacional, a empresa dá conta de uma lista de mais de 100 mil credores. Na tabela figura, como segundo maior credor, a FTX, com 275 milhões de dólares em dívida, plataforma até há bem pouco tempo liderada por Sam Bankman-Fried.
A lista é liderada pela Ankura Trust, uma companhia dedicada à representação de credores, com um crédito de 729 milhões de dólares. A BlockFi já tinha emitido um alerta vermelho ao mercado, ao ter congelado o levantamento de activos da plataforma.
Em Julho, a FTX assinou um acordo com a BlockFi para a concessão de uma linha de crédito de 400 milhões de dólares, com opção de compra da plataforma por parte da FTX até 240 milhões em caso de incumprimento. Isto depois de o colapso do mercado cripto na primeira metade do ano ter sido agravado pelo tombo do ecossistema Terra USD e atirado a plataforma ao chão.
O colapso da FTX começa a contagiar outros players do mercado. A crise de confiança que se viveu durante o crash do ecossistema Terra USD voltou a assombrar, tendo já várias plataformas congelado os levantamentos de activos. Além da BlockFi, a Genesis, uma plataforma amplamente dedicada a empréstimos cripto, suspendeu as operações de resgate de activos, justificando a decisão com um número anormal de pedidos de levantamento.
Os pedidos de resgate realizados no braço de depósitos cripto da plataforma, a Genesis Global Capital, excederam a liquidez da empresa, pelo que a companhia, em conjunto com uma equipa de consultores, está a estudar uma série de opções para tentar voltar à normalidade, de acordo com o CEO interino Dear Islim, citado pela Bloomberg. Também a Gemini Trust, liderada pelos gémeos Winklevoss, decidiu congelar os levantamentos de activos do programa Gemini Earn, dedicado a depósitos que remuneram juros pelos “tokens” detidos. A empresa garantiu que esta decisão não afecta outros produtos nem serviços.
Por seu turno, também a plataforma AXX, com sede em Hong Kong, suspendeu o levantamento de activos esta segunda-feira, 28 de Novembro, durante dez dias, depois de informar que está com falta de liquidez. “Se a AAX não conseguir obter financiamento que nos permita reiniciar as operações, estamos comprometidos a iniciar os procedimentos legais para garantir a distribuição dos activos”, informou a empresa citada pela Bloomberg.