As maiores empresas do ramo alimentar apresentaram na COP27, um plano para eliminar os produtos que mais contribuem para a desflorestação. Soja, carne bovina e óleo de palma fazem parte dos bens que verão a sua presença diminuir nas prateleiras das grandes cadeias de supermercados até 2025.
O roteiro para contrariar a desflorestação, apresentado na Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que decorre em Sharm el-Sheikh, Egipto, conta com 14 empresas. Entre elas, estão vários grupos líderes na produção e distribuição alimentar nos EUA, como a Cargill, Bunge e a Archer Daniels Midland – ADM, a francesa Louis Dreyfus Company, a brasileira JBS, líder mundial na produção de gado bovino, e a COFCO International da China.
Algumas empresas comprometeram-se a eliminar a desflorestação até 2025, com marcos ao longo do caminho que variam ligeiramente por sector, mas este prazo é criticado por grupos de defesa do ambiente, como a Mighty Earth, que apelam ao fim imediato de toda a desflorestação. O prazo assumido em 2010 para a eliminação destes produtos era 2020.
Também no primeiro dia de trabalhos na COP27, 29 países e 30 organizações aderiram à Aliança Internacional para a Resiliência à Seca (IDRA), iniciativa lançada por Espanha e pelo Senegal para preparar os países para enfrentarem situações de seca. Entre os subscritores, conta-se o Quénia, um dos mais afectados pela seca e cujo Presidente, William Ruto, exortou a COP27 a tomar as “medidas necessárias para reconhecer as circunstâncias e necessidades especiais de África”.
“Nos últimos 50 anos, as secas mataram meio milhão de pessoas e causaram perdas económicas de mais de 70 mil milhões USD na região”, vincou Ruto, notando que o “Corno de África, incluindo o Quénia, está a passar pela pior seca em 40 anos”.
Além dos promotores da iniciativa, Alemanha, EUA e a China aderiram à IDRA, aliança que integra a Costa do Marfim, Egito, Gana, Quénia, Mauritânia, Marrocos, Namíbia, Somália e Tunísia. Espanha comprometeu-se a contribuir com 5 milhões de euros para a iniciativa e a captar mais r[1]cursos. O Quénia assumiu o compromisso de plantar 5.000 milhões de árvores nos próximos cinco anos e 10.000 numa década.