O chefe do Estado, Filipe Nyusi, defendeu esta quarta-feira, 16 de Novembro, na Finlândia, que Moçambique está em “melhor posição” para promover o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia, reiterando que o país é “contra a guerra”, apesar da sua posição neutra.
“Nós estamos de lado de quem quer forçar para que haja um diálogo e, nas oportunidades que temos para falar com a Ucrânia e com a Rússia, reforçámos esta posição. Os dois países cooperam e trabalham com Moçambique e, portanto, estamos em melhor posição para opinar”, declarou Filipe Nyusi.
O presidente da República falava em Helsínquia, durante uma conferência de imprensa e ao lado do chefe de Estado finlandês, Sauli Niinistö, com quem esteve reunido no âmbito da visita de trabalho que realiza ao país escandinavo desde ontem, terça-feira, 15 de Novembro.
Nyusi reiterou que Moçambique não concorda com a violência, e a posição de neutralidade que o país escolheu visa abrir espaço para o diálogo com base na confiança, embora admita que o impacto da guerra já se faz sentir em África e em Moçambique.
“Nós queremos estar numa situação de encorajar o diálogo, mas não podíamos fazer isso se tivéssemos tomado uma posição”, frisou Filipe Nyusi, acrescentando que Moçambique acredita que os seus parceiros internacionais respeitaram a sua decisão.
“Nós, enquanto Moçambique, não estamos a favor da guerra. As guerras que nós tivemos em Moçambique foram uma lição e as mesmas só terminaram depois do diálogo baseado na confiança”, frisou Filipe Nyusi, avançando ainda que o país já se disponibilizou para integrar a mesa de negociações entre Kiev e Moscovo.
A primeira resolução condenou a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia devido à guerra Outra suspendeu Moscovo do Conselho de Direitos Humanos e a terceira condenou a anexação de territórios ucranianos pela Rússia, reforçando o isolamento de Moscovo no panorama internacional.
“Nós, como Moçambique, não estamos a favor da guerra. As guerras que nós tivemos em Moçambique foram uma lição e só terminaram depois do diálogo, baseado na confiança”
A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder desde a independência, foi um aliado de Moscovo durante o tempo da ex-URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), tendo recebido apoio militar durante a luta contra o colonialismo português e ajuda económica depois da independência, em 1975.
A visita de Filipe Nyusi à Finlândia terá duração de quatro dias e, além de encontros com seu homólogo finlandês, o chefe do Estado moçambicano vai visitar empreendimentos económicos e também participar num seminário de negócios.