Mais do que apenas processar salários, um software é capaz de levar significativas transformações positivas ao funcionamento das empresas em todos os domínios, com destaque para a gestão do seu maior activo: as pessoas. Como? A resposta está na recente pesquisa da PHC Software.
“Chegaram as organizações do futuro, e com elas novos modelos de trabalho, uma velocidade acelerada e a certeza de que no mundo do trabalho já nada voltará a ser o que era. Se as organizações já vinham a percorrer um caminho de adaptação face à transformação digital, hoje testemunhamos a necessidade de acelerar este processo.”
Este é o trecho introdutório de uma pesquisa intitulada “Os dez mandamentos da gestão de pessoas: boas práticas apoiadas em tecnologia”, amplamente debatida num seminário realizado recentemente em Lisboa.
Organizado pela PHC Software – uma multinacional de origem portuguesa dedicada ao desenvolvimento de software de gestão, fundada em 1989, com mais de 35 mil clientes espalhados por 25 países, incluindo Moçambique, e mais de 150 mil utilizadores de software –, o seminário viria a resultar num book orientador das empresas sobre os instrumentos tecnológicos que podem estar à sua disposição para melhorarem a sua performance nos mercados.
Antes, porém, o documento traz os argumentos que consubstanciam a importância da sua pesquisa e do próprio tema, ao referir que, nos dias que correm, “exige-se que as empresas sejam flexíveis, dotadas de uma agilidade que lhes permita chegar onde nunca chegaram. Só com um pensamento focado nas pessoas é possível chegar tão longe”. Acrescenta, entretanto, que “uma revolução na gestão de pessoas é o cenário a que hoje assistimos”.
E, recorrendo à revisão da literatura, remata: “o caminho da sobrevivência e prosperidade das empresas passa, segundo a Deloitte, por cinco tendências que destacou no estudo ‘Global Human Capital Trends 2020’, nomeadamente o bem-estar como parte integrante das estratégias de trabalho, a aposta no potencial dos colaboradores, a criação de ‘super equipas’, a utilização dos dados em tempo real e a redefinição do papel dos recursos humanos”.
Digitalizar o mundo das pessoas
Em poucos anos, o papel dos recursos humanos alterou-se substancialmente. Ao invés de se focar quase exclusivamente na gestão administrativa, assumiu lugar de destaque na liderança e no aumento da produtividade, bem-estar dos colaboradores e do desempenho global da empresa.
São alterações que já se verificam há alguns anos, mas que ganharam contornos ainda mais relevantes nos últimos tempos. Por isso, a digitalização das empresas é fundamental e o departamento de recursos humanos deve ser das primeiras opções a ter em conta.
“É preciso digitalizar o mundo da gestão das pessoas”, aconselha a PHC Software, destacando, a seguir e ao detalhe, os motivos que explicam este sentido de urgência.
Resolver a escassez de talentos
Os tempos dos anúncios de emprego no jornal já vão longe. Hoje existem mais vagas do que candidatos em muito sectores de actividade. Por isso, é preciso que o software utilizado no recrutamento permita acompanhar a sua candidatura, mantendo uma comunicação rápida e fluida com o candidato durante todo o processo de selecção, garantindo a melhor experiência desde o primeiro contacto.
Por outro lado, os novos modelos de trabalho vieram para ficar e ter uma gestão integrada de recursos humanos digitalizada transitou de um mero privilégio para um dever. É importante que prevaleça a noção de que a experiência dos colaboradores só pode ser positiva se forem contemplados todos os momentos da sua vida na empresa, e que tal seja feito a partir de qualquer lugar e de qualquer dispositivo. “Só assim é possível contribuir para o seu nível de engajamento e retenção”, argumenta o estudo.
Tarefas, tempo, controlo de processos e avaliação
Se as tarefas mais burocráticas e administrativas desaparecem ou diminuem, existe disponibilidade da área de recursos humanos para investir em sectores com maior retorno para a empresa, nomeadamente o acompanhamento de líderes, feedback de colaboradores, desenvolvimento de projectos que potenciem a colaboração, engajamento e produtividade. São os casos de projectos nas áreas do bem-estar e da felicidade organizacional, por exemplo.
Por outro lado, se há tarefa que o software faz bem é o controlo de processos. E um dos mais delicados é o processamento de salários. A digitalização da área de processamento salarial permite emitir e pagar os salários, integrando férias ou faltas sem estar a fazer cálculos paralelos. Se cada um fizer o seu através de um portal do colaborador, cada líder aprova e o sistema processa tudo de forma automatizada e fiável.
Em poucos anos, o papel dos recursos humanos alterou-se. Ao invés de se focar na gestão administrativa, assumiu lugar de destaque na liderança e no aumento da produtividade
Além disso, “quando pensamos num sistema de avaliação sofisticado ocorre-nos imediatamente uma ferramenta que permita a chamada avaliação 360º – hierárquica, aos pares ou clientes internos, líderes e auto-avaliação. Só assim é possível ter uma visão justa e que integre a avaliação de todos os interlocutores daquele colaborador, uma visualização completa do estado da empresa e saber quais os pontos a melhorar em cada colaborador”, refere a PHC Software.
“Ao ter a área de gestão de pessoas digitalizada”, prossegue, “as empresas ganham uma grande vantagem ao conseguirem reunir um enorme conjunto de dados que podem ser utilizados para facilitar uma gestão mais inteligente.”
Análise de dados
O mundo dos dados chegou à gestão de pessoas, aqueles que designamos de people analytics. É importante ter em conta que conseguir bons dados dá trabalho e que essa é uma das razões que explicam o atraso em adoptar este tipo de análises.
Apesar, claro, das muitas vantagens que podem trazer para as empresas, que incluem a capacidade de decisão e precisão; revelar o que está escondido; o papel estratégico do departamento dos recursos humanos; a antecipação; e a medição do impacto das acções.
Descentralizar as actividades da área dos recursos humanos
O conceito utilizado na publicação é Human Capital Management (gestão do capital humano) e é assumido como sendo todo um conjunto de ferramentas que permite a descentralização das operações que eram, anteriormente, da responsabilidade das equipas de recursos humanos para os colaboradores e líderes. Como?
“Através de um sistema nervoso digital onde cada um submete, consulta e aprova a informação da sua responsabilidade, com a garantia de que o software integra, automatiza e sistematiza toda a informação”, revela a pesquisa.
O desafio das equipas de recursos humanos é, hoje, muito grande, dado que precisam de desenvolver o acompanhamento e a comunicação permanente com as equipas de trabalho, promover uma liderança inspiradora, próxima e mobilizadora, para além de sistemas de avaliação reveladores e potenciadores do mérito e uma aposta consistente no desenvolvimento, engajamento, bem-estar e formação dos colaboradores.
“Tudo isto só é possível se as empresas estiverem munidas de ferramentas de Human Capital Management, que permitam agilizar esta gestão e fazer do trabalho uma experiência feliz através de um software que nos permita humanizar a empresa, levantar a cabeça do teclado e interagir com as pessoas, mantendo-nos mais atentos à realidade e presentes no seu dia-a-dia”, concluiu.
Texto: Celso Chambisso
Imagem: D.R