Há uma possibilidade de a tecnologia estar a afectar o nosso organismo, especialmente devido à sua utilização frequente.
Num projecto encomendado pela TollFreeForwarding, um fornecedor internacional de telecomunicações sediado em Los Angeles, Califórnia, os especialistas advertiram que a utilização excessiva da tecnologia pode criar deformações. A empresa colaborou com um designer 3D para projectar imagens de um “humano do futuro”, que revelou problemas relacionados com o uso diário da tecnologia.
A concepção do modelo 3D, com a denominação Mindy, baseou-se na utilização constante de smartphones, computadores portáteis e outras tecnologias.
A empresa considerou que o uso excessivo de objectos de tecnologia afecta a forma como as pessoas se sentam e ficam de pé, acreditando que olhar constantemente para baixo para um smartphone e olhar para cima para o ecrã de um computador poderá alterar partes do corpo, arqueando e desalinhando a coluna vertebral.
“Passar horas a olhar para baixo para o seu telemóvel estica o pescoço e desequilibra a coluna vertebral. Consequentemente, os músculos do pescoço têm de fazer um esforço extra para apoiar a cabeça”, disse Caleb Backe, um especialista em saúde e bem-estar na Maple Holistics.
Estar sentado em frente a um computador durante horas pode empurrar o tronco para a frente, passando a linha das ancas, quando ambos deviam estar alinhados.
Outra característica é a “garra de texto”, também designada por síndrome do túnel cubital – uma condição que produz dormência nos dedos – causada pela utilização constante do smartphone. O termo foi concebido para explicar como a mão assume a forma permanente de uma garra por segurar continuamente o telemóvel.
“Há alguns anos, a utilização da Internet ultrapassava o ambiente de trabalho. Agora seguramos a Internet nas nossas mãos. Contudo, a forma como seguramos os nossos telemóveis pode causar tensão em certos pontos – criando a “garra de texto”, que é conhecida como síndrome do túnel cubital”, disse Nikola Djordjevic, médico e co-fundador da Med Alert Help.
Ainda segundo o médico, os humanos do futuro podem também ter o cotovelo a 90 graus, por utilizarem excessivamente a tecnologia. Esta é uma extensão da “garra de texto”, sendo ambas as características da síndrome do túnel cubital. A mudança física é causada pela “pressão ou alongamento do nervo ulnar, que corre no interior do cotovelo”.
A postura da Mindy mostra o efeito da tecnologia sobre o pescoço. “Quando se trabalha no computador ou quando se olha para o telemóvel, os músculos da parte de trás do pescoço têm de contrair-se para segurar a cabeça para cima. Quanto mais se olha para baixo, mais os músculos têm de trabalhar”, explicou K. Daniel Riew, médico do NewYork-Presbyterian Och Spine Hospital.
A empresa considerou que o uso excessivo de objectos de tecnologia afecta a forma como as pessoas se sentam e ficam de pé, acreditando que olhar constantemente para baixo para um smartphone e olhar para cima para o ecrã de um computador poderá alterar partes do corpo, arqueando e desalinhando a coluna vertebral
O estudo prevê que os futuros humanos tenham um crânio mais espesso, para proteger o cérebro da radiação dos smartphones, e que desenvolvam uma segunda pálpebra para proteger os olhos da tensão e do excesso de luz azul consequente da exposição aos ecrãs.
“Os humanos podem desenvolver uma pálpebra interna maior para evitar a exposição à luz excessiva, ou a lente do olho pode ser desenvolvida de forma evolutiva, de modo a bloquear a entrada de luz azul, mas não de outras luzes de alto comprimento de onda, como a verde, a amarela ou a vermelha”, disse Kasun Ratnayake, investigador da Universidade de Toledo.
A tecnologia é um bem enorme, mas é interessante saber que impacto poderá estar a ter no corpo humano ao longo do tempo. O relatório mostra características aparentes sobrevalorizadas para retratar o que poderia potencialmente acontecer se a tecnologia for utilizada excessivamente bem como os riscos a ela associados.
Zap