Os bancos centrais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) destacaram esta segunda-feira, 14 de Novembro, uma “grande evolução” nos sistemas de pagamentos, permitida pela inovação digital, e querem agora reforçar a legislação para evitar riscos, disse fonte oficial.
A ideia foi defendida pela administradora responsável pelo pelouro do Sistema de Pagamentos do Banco de Cabo Verde (BCV), Antónia Lopes, porta-voz para a imprensa do IX Encontro de Sistema de Pagamentos dos Bancos Centrais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que está a decorrer na cidade da Praia até amanhã, dia 16.
Cabo Verde volta a receber este encontro, depois de ter recebido também o primeiro, em 2003, na ilha de São Vicente, e, segundo a mesma responsável, desde então que se nota uma “grande evolução” nos sistemas de pagamento nos países lusófonos.
“Hoje precisamos continuamente de, dada a inovação digital, estar a ajudar a regulamentação e legislação onde é necessário, porque ela [inovação] aumenta os riscos, sobretudo cibernéticos”, apontou. “E a partir daí, os países mais evoluídos, como Portugal, Brasil, Angola ou Moçambique, irem ajudando os outros que estão em níveis menos avançados. Terá de ser com ajustamentos a cada país, mas a base de desenvolvimento e modernização é a mesma”, prosseguiu Antónia Lopes, destacando a contribuição que os sistemas de pagamento dão para a condução da política monetária, para a inclusão financeira e para o Produto Interno Bruto (PIB).
“Tendo um sistema de pagamentos evoluído, há uma melhor circulação do dinheiro e maior facilidade em termos dos pagamentos”, frisou a mesma responsável, em declarações à agência Lusa.
O encontro, que deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiado por causa da pandemia do covid-19, tem como tema principal “A inovação digital como estratégia de transformação do sistema de pagamentos”.
Vão ser ainda discutidos outros temas como “A inovação digital no mercado de pagamentos de retalho”, “Iniciativas facilitadoras de inovação de pagamentos e inclusão financeira” e “O futuro… a moeda digital de Banco Central.”
O evento conta com representantes de Cabo Verde, Angola, Brasil, Portugal e Moçambique e de S. Tomé e Príncipe. Timor-Leste, Guiné Equatorial e Guiné-Bissau não marcam presença.
Os Encontros de Sistema de Pagamentos dos Bancos Centrais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa acontecem de dois em dois anos, por ordem alfabética dos países, pelo que o próximo deverá ser na Guiné-Bissau, em 2024.
A anteceder o encontro, o Banco de Cabo Verde realizou um workshop sobre os “Desafios da transformação digital no sector de pagamentos” para promover o alargamento do debate em torno da inovação e transformação digital naquele sector também à comunidade financeira e a todos os intervenientes do mercado.