Dezenas de funcionários do Ministério da Economia e Finanças concentraram-se nesta quarta-feira, 2 de Novembro, ao início da manhã, em frente à sede da instituição, em Maputo, em protesto contra erros de enquadramento nos novos escalões salariais em vigor no Estado.
Testemunhas contaram à Lusa que os trabalhadores daquele Ministério saíram dos seus gabinetes de trabalho, logo após o início de mais um dia laboral, aglomerando-se à porta da entrada principal.
Os funcionários dispersaram algumas horas depois, ainda no período da manhã, de forma espontânea, perante o olhar atento de elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e da Polícia de Protecção.
Num vídeo que registou a aglomeração e disseminado nas redes sociais ouve-se a voz de uma mulher a dizer: “Queremos o que é nosso de direito”, numa alusão a casos de redução nos salários que o Governo já assumiu estarem a ser provocados por erros de enquadramento da nova Tabela Salarial Única (TSU).
Numa nota que emitiu no dia 28, a Associação Médica de Moçambique ameaçou realizar uma greve nacional para contestar irregularidades no seu enquadramento na TSU, aprovada e promulgada em Outubro.
“A greve terá a duração de 21 dias prorrogáveis, com início às 07h00 do dia 7 de Novembro”, refere a Associação Médica de Moçambique, um dia após uma reunião nacional da classe que juntou médicos de todo o País.
Em cartas divulgadas nos meios de comunicação social, grupos de professores também ameaçaram paralisar a actividade e boicotar os exames que vão começar nas próximas semanas, queixando-se de erros de integração nos novos escalões salariais no Estado.
“Há espaço para que as pessoas, querendo, poderem reclamar do enquadramento e, em função disso, há um tempo de resposta. Só depois é que teremos os salários definitivos”, afirmou Tonela.
A TSU foi aprovada pelo Parlamento e promulgada pelo presidente da República pela segunda vez, em Outubro, depois de o documento ter sido devolvido pelo Executivo à Assembleia da República na sequência da detecção de “inconformidades”.
A nova matriz salarial no Estado tem 21 níveis, entre 8 756 meticais e 165 758 meticais, em vez de 103 escalões, como ocorria anteriormente.