O presidente da República pediu à União Europeia apoio em material letal para o combate ao terrorismo que assola a zona norte do País. Filipe Nyusi instou ainda que o financiamento às forças da Southern African Development Community Mission in Mozambique (SAMIM) seja estendido às do Ruanda.
A União Europeia tem sido um grande aliado de Moçambique, com destaque para o último ano, no combate ao terrorismo, no norte do País, através do treino militar e em materiais não letais, como fardamentos, viaturas e botas.
Durante a abertura oficial da 42.ª Assembleia Parlamentar Paritária entre os Países de África, Caraíbas e Pacífico-União Europeia (APP ACP-UE), o presidente da República agradeceu o apoio daquela organização, pedindo, porém, que fosse reforçado em três aspectos:
“Queremos continuar a contar com o apoio da União Europeia na eliminação do terrorismo. O nosso desejo era que o apoio anunciado para as forças da SAMIM fosse extensivo ao país irmão, Ruanda, pois os resultados do seu contributo são visíveis no seu grande impacto no terreno. [Gostaríamos] que o apoio a Moçambique não se limitasse apenas no não letal, dada a necessidade de robustecer as Forças de Defesa e Segurança (FDS) na sua acção combativa”, declarou Nyusi.
O presidente da República justificou este pedido com o facto de o País continuar a enfrentar no terreno acções terroristas que exigem mais força e tecnologia bélica, apesar dos sucessos que as FDS têm tido.
Assim, o chefe de Estado destacou a união como factor crucial no combate a crimes transnacionais.
“O mundo enfrenta, igualmente, os crimes organizados, transnacionais, com destaque para o branqueamento de capitais, tráfico de drogas e de armas, entre outros. Moçambique tem vindo a intensificar as medidas operativas de inteligência e troca de informações com outros países, bem como o reforço do quadro legal e institucional, através da ratificação pelo Parlamento de convenções e protocolos de âmbito regional e internacional”, referiu o governante.
Na ocasião, Filipe Nyusi desafiou ainda os mais de 300 parlamentares de África, Caraíbas e Pacífico-União Europeia a encontrarem soluções para o combate, não só para os crimes, mas também para a mitigação dos efeitos graves das mudanças climáticas.