Moçambique e Emirados Árabes Unidos (EAU) assinaram um acordo para facilitar a realização de negócios e a formação de moçambicanos naquele país árabe, num dos encontros que o presidente da República, Filipe Nyusi, manteve com as autoridades governamentais e o sector privado. Foi também estabelecido o compromisso de acelerar investimentos na agricultura, nas áreas de energias renováveis, infra-estruturas e no sector aeroportuário.
Um dos entendimentos alcançados prevê um investimento do Fundo Khalifa, de cerca de 25 milhões de dólares, para financiar Pequenas e Médias Empresas (PME) moçambicanas, sobretudo aquelas que são lideradas por mulheres e jovens.
Sem avançar muitos detalhes, Filipe Nyusi apontou que será realizado também um investimento na agro-pecuária e no agro-processamento, e revelou o interesse de companhias aéreas do Dubai em investir em Moçambique.
Durante a sua estadia nos EAU, Filipe Nyusi visitou o porto do Dubai operado pela DP World, uma das concessionárias do porto de Maputo que, nos últimos cinco anos, investiu mais de 700 milhões de dólares na modernização e ampliação daquela infra-estrutura aeroportuária.
Nyusi conheceu a inovação tecnológica que está a ser aplicada no porto do Dubai para gestão e manuseio de contentores e do modelo de operacionalização da infra-estrutura. Este modelo permite que toda a acção do porto do Dubai represente 33% do PIB daquele país.
Os árabes querem implementar a mesma filosofia no porto de Maputo e em Nacala, por isso, tal como avançou o jornal O País, pediram não só a prorrogação, por mais dez anos, da concessão no porto de Maputo como a concessão do porto de Nacala.
Só no porto de Maputo prevêem investir, nos próximos três anos, 340 milhões de dólares. Com estes investimentos, acredita-se que o porto de Maputo estará em condições de se tornar no principal ponto logístico da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), impulsionado pelas linhas de navegação marítimas directas entre Dubai, Índia, Mombaça e Maputo.
Neste momento, há já uma linha em funcionamento, que garante a ligação marítima entre Dubai e Maputo em apenas 11 dias, e que já começou a ter adesão de clientes da África do Sul, Zimbabué, Essuatíni e Botsuana, com o objectivo de atrair a maior parte do tráfego desses países que, actualmente, usam o porto de Durban na África do Sul.