A Confederação das Associações Económicas (CTA) e a Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) reuniram-se esta quarta-feira, 26 de Outubro, para reflectir sobre as possíveis formas de financiamento às Pequenas e Médias Empresas, contando com contributos das Bolsas de Valor de Angola e de Cabo Verde.
“Esta visita dos colegas da Bolsa de Valores de Angola e de Cabo Verde é muito oportuna na medida em que o nosso País está a registar momentos de oportunidades. Estou a falar do crescimento económico previsto para 5% este ano e 5,3% para próximo”, declarou Agostinho Vuma, presidente da CTA.
O dirigente explicou que existe o “desafio de gerir as alternativas ao financiamento, nomeadamente a questão da taxa de juro, que tudo indica que será mais alta e impeditiva para o acesso ao crédito por parte do sector privado. Logo, a presença das Bolsas constitui uma forma de reflectirmos sobre a alternativa de financiamento para a nossa actividade empresarial”.
Por seu turno, o presidente da Bolsa de Valores de Mocambique, Salim Cripton Valá, referiu diversas formas de financiamento através da Bolsa de Valores, tendo explicado que “[este organismo] de Moçambique criou o segundo mercado de bolsas. Mas sentimos que para este mercado específico direccionado para as PME, não havia grande movimentação das mesmas por dois motivos principais: um relacionado com a gestão e governação das empresas e o outro meramente jurídico”. E prosseguiu: “Em Novembro de 2019, criámos com a CTA, IGEPE, IPEME e o ISCAM o terceiro mercado – o de incubação -, no qual já três empresas foram cotadas, mesmo em contexto de covid-19. Este é, portanto, um caminho que estamos a usar para ver quais as pequenas e médias empresas que se poderão capitalizar, poderão ter financiamento e que poderão fazer investimentos também”.
Ainda na mesma sessão, Salim Valá falou da Conferência Internacional sobre Mercados de Capitais, que se realiza nesta quinta-feira, e com a qual se pretende que “depois de 24 anos da existência da Bolsa de Valores de Moçambique, possamos reflectir sobre o passado, sobre o presente e, principalmente, sobre o futuro do mercado de capitais não só em Moçambique, mas também em Angola, Cabo Verde e São Tome e príncipe”. Salim Valá esclareceu ainda que “queremos ver como saímos de uma capitalização bolsista de 20,5%, que em 2016 era de 8%, para aquilo que são as nossas perspectivas de médio prazo e termos uma capitalização bolsista de 35% para equiparar-se às bolsas da África Subsaariana”.
“A BVM quer sair de uma situação em que temos, actualmente, 11 empresas cotadas para, em 2026, termos 30 empresas cotadas no ramo accionista. Estes são, então, os desafios para os quais veremos se esta conferência nos ajuda e nos apetrecha por forma a podermos cumprir estas metas”, conclui Salim Valá.