Angola gastou este ano 3,5 biliões de kwanzas (7,4 mil milhões de euros) com o serviço da dívida interna e externa do país, revelou esta segunda-feira, 24 de Outubro, o director da Unidade de Gestão da Dívida do Ministério das Finanças.
Dorivaldo Texeira disse, em declarações à Rádio Nacional de Angola, que os principais credores de Angola, em termos de relevância, são o mercado doméstico e a China, com um peso conjunto de cerca de 60% da dívida.
Do montante já gasto este ano com o serviço da dívida, 1,8 biliões de kwanzas (3,8 mil milhões de euros) foram para a dívida interna e 1,7 biliões de kwanzas (3,6 mil milhões de euros) para a dívida externa.
“A dívida angolana está cifrada em cerca de 70 mil milhões de dólares”, recordou Dorivaldo Teixeira.
Relativamente à dívida de Angola com a China, o responsável frisou que, desde 2019 até Dezembro deste ano, o país não está a pagar nem juros nem capital.
“Tirando partido das receitas extras em função do nível do petróleo, já estamos a avançar com alguns adiantamentos dessa dívida, no sentido de ter efeito também naquilo que seria esse serviço, do ponto de vista da componente de juros”, referiu Dorivaldo Teixeira, realçando que o Estado está a poupar, com esse exercício, montantes que rondam 1,3 mil milhões de dólares.
A dívida angolana está cifrada em cerca de 70 mil milhões de dólares
“Esse é o efeito no capital. Existem depois os juros associados a esses 1,3 mil milhões de dólares, que o Estado acaba por não ter de pagar no futuro”, sublinhou.
De acordo com o director da unidade de gestão da dívida do Ministério das Finanças, “o plano anual de endividamento está com uma boa execução”, tendo em conta algumas intervenções no mercado interno.
“Durante este ano, tivemos a oportunidade de fazer alguns ajustes no nosso sistema de operadores preferenciais do título do tesouro, e com isso conseguimos convencer três bancos a fazer parte desse sistema. Tal permitiu-nos emitir de uma melhor forma e conseguimos criar condições para que o mercado secundário começasse a ter cotações do ponto de vista de preços. Também a visão, nesse sentido, foi fazer emissões de referência para se criarem as condições de liquidez necessária para convencer as pessoas e retirar-lhes o receio de investir em títulos de longo prazo”, explicou Dorivaldo Teixeira.
































































