A mineradora de grafite Syrah acusou esta quinta-feira, 20 de Outubro, um grupo de trabalhadores e colaboradores locais de perpetrar “acções ilegais” que impedem o bom desempenho das actividades na mina de grafite, localizada no norte do País, lê-se num comunicado à bolsa de valores australiana.
A mina de Balama, em Cabo Delgado, exporta minério para fabrico de baterias de carros eléctricos.
“Acções ilegais interromperam um reinício operacional completo e limitaram os movimentos logísticos”, referiu a Syrah, depois da paragem, em Setembro, devido ao que classificou como “greve ilegal”, que colocou em causa a segurança do espaço.
Apesar de, desde então, ter havido encontros, a situação ainda não está resolvida.
A empresa afirmou estar “envolvida” em negociações com representantes dos trabalhadores e autoridades governamentais para “resolver questões imediatas” e “apoiar a renovação do acordo de empresa”, garantindo que “as queixas sejam geridas através dos canais regulatórios correctos”.
“A Syrah está a trabalhar para recomeçar as operações e a produção em Balama, na plenitude, o mais rápido possível”, destacou.
As operações da empresa australiana têm sofrido um ano conturbado, reflexo da instabilidade no norte de Moçambique.
Em Junho, a cadeia logística já tinha sido suspensa temporariamente devido a ataques de rebeldes que há cinco anos atormentam Cabo Delgado e que se aproximaram da estrada por onde é escoada a grafite.
A mina de Balama iniciou a produção comercial há quatro anos e foi destaque em Dezembro, quando a Syrah anunciou um acordo com a multinacional de veículos eléctricos Tesla, que pretende usar grafite da mina, descrita como um dos maiores depósitos “de qualidade” no mundo pela própria companhia australiana.