O financiamento para adaptação climática assumido pelos principais bancos multilaterais de desenvolvimento (MDB) aumentou, em 2021, em mais de 19 mil milhões de dólares, de acordo com o Relatório Conjunto sobre Financiamento Climático dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento, publicado hoje, 19 de Outubro.
Segundo o documento, que avalia o progresso dos bancos multilaterais de desenvolvimento em relação aos seus objectivos de financiamento climático, anunciados na COP21, o compromisso total de financiamento dos bancos multilaterais de desenvolvimento para as economias de baixo e médio rendimento superou as expectativas anuais, atingindo os 50 666 milhões de dólares, contra os 50 mil milhões de dólares em 2019.
“Dos 50 666 milhões de dólares de financiamento climático destinados às economias de baixo e médio rendimento, 47,2 mil milhões de dólares foram provenientes da própria conta dos MDB e 3,4 mil milhões de dólares vieram de recursos externos que foram canalizados através dos bancos. O financiamento de mitigação comprometido para as economias de baixo e médio rendimento totalizou 33,5 mil milhões de dólares, ou 65%, enquanto o financiamento de adaptação totalizou 17,6 mil milhões de dólares”, lê-se no relatório.
O documento regista, igualmente, um aumento significativo no financiamento da adaptação para mais de 19 mil milhões de dólares em 2021, mais uma vez superando as expectativas.
O vice-presidente de Energia, Clima e Crescimento Verde do Banco Africano de Desenvolvimento, Kevin Kariuki, garantiu que os bancos multilaterais de desenvolvimento têm vindo a aumentar constantemente o montante e o acesso ao financiamento climático ao longo da última década, demonstrando assim o potencial do multilateralismo no combate às ameaças globais. Ainda assim, para Kevin Kariuki tem de haver um esforço para aumentar a quantidade e a taxa de acesso ao financiamento global climático, especialmente o financiamento da adaptação, nos países em desenvolvimento.
“Foi por isso que estabelecemos programas emblemáticos como o Programa de Aceleração da Adaptação Africana de 25 mil milhões de dólares e o Programa de Energia Regional do Deserto de 20 mil milhões de dólares, para acelerar a acção climática, salvaguardando, ao mesmo tempo, o bem-estar do nosso povo e da natureza”, acrescentou Kariuki.
O documento revela, igualmente, que a contribuição do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para o financiamento climático em 2021 ascendeu a 2,49 mil milhões de dólares ou 41% de todas as aprovações de investimentos da instituição, como financiamento climático. Deste montante, a proporção de adaptação ao clima aumentou para 67%, o que evidencia o empenho constante do Banco em apoiar os seus países-membros regionais no desenvolvimento da capacidade adaptativa e da resiliência ao clima.