O representante das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura em Moçambique (FAO), Hernâni Coelho da Silva, disse esta quarta-feira, 19 de Outubro, na Universidade Eduardo Mondlane, durante o workshop alusivo ao dia mundial da alimentação comemorado no passado dia 16 do mês corrente, que Moçambique verifica melhorias na situação da segurança alimentar desde Maio do presente ano.
“Em relação a Moçambique, só posso dizer que neste último ano tivemos uma melhoria relativa em termos de produção. A projecção que fizemos em 2021 sobre a situação de insegurança alimentar no País foi de que, entre Janeiro e Abril, o nível das pessoas que estariam em situação de insegurança alimentar na fase III seria de 1,9 milhões, e que a partir do mês de Maio até Setembro desceria até 1,4 milhões”, assinalou Hernâni Coelho da Silva, para depois dizer que “neste momento, os indicadores iniciais demonstram que, de facto, houve uma redução em termos de pessoas que estiveram na classificação da fase III”.
Hernâni Coelho da Silva explicou que “agora é necessário consultar [os dados dos níveis de produção deste ano] para perceber a situação de 2023. Como sabemos, a agricultura em Moçambique tem duas épocas – a principal e a época curta do Inverno, logo, qualquer falha numa das épocas vai ter implicações no ano seguinte. Se falharmos na época principal, que é de Novembro a Janeiro, vai ter implicações a partir de Abril do próximo ano. Como tal, e apesar de termos conseguido esta diminuição, temos de cultivar muito mais os nossos esforços para ter a garantia de que podemos fazer melhor com a nossa produção para o ano de 2023”.
Quanto à situação a nível mundial, o representante da FAO esclarece que “apesar dos grandes feitos dos últimos dois anos, a realidade é que 46 milhões de pessoas foram acrescentadas à lista dos que passaram fome em 2021. Desses, cerca de meio milhão estavam numa situação catastrófica, sendo que isso aconteceu principalmente nas zonas onde houve maior incidência de insegurança”.