A ordem de Pequim é clara: nenhuma empresa energética deve revender Gás Natural Liquefeito (GNL) a compradores estrangeiros, incluindo europeus e de outros países da Ásia, de forma a garantir o abastecimento da matéria-prima na China durante o Inverno. A notícia foi avançada pela Bloomberg, citando fontes próximas do processo.
A Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reforma da China deu instruções à PetroChina, à Sinopec (uma empresa de energia chinesa e fornecedora de produtos químicos e derivados do petróleo) e à Cnooc (China National Offshore Oil Corporation, uma empresa petrolífera chinesa, empresa de economia mista, com acções na Bolsa de Valores de Hong Kong), para utilizarem os carregamentos de GNL exclusivamente para abastecimento doméstico.
Questionadas sobre este assunto, nem a Comissão, nem as empresas públicas responderam às perguntas da agência de informação norte-americana.
No ano passado (2021), a China ultrapassou o Japão e tornou-se o maior importador de GNL do mundo, com o aumento de compras no mercado ‘spot’. Durante o seu discurso, no arranque do Congresso do Partido Comunista, o Presidente chinês Xi Jinping fez uma menção à segurança energética, referindo que o país devia avançar para a transição energética, mas com cautela, para evitar riscos do lado da oferta.
A China tem contratos de valores avultados com um dos maiores exportadores de GNL do mundo, os Estados Unidos, vendendo parte para a Europa. Actualmente, segundo os dados da Bloomberg, o armazenamento do bloco está a cerca de 90% da capacidade.
Desde o início do ano, o gás negociado em Amesterdão (TTF) – o qual serve de “benchmark” para o mercado europeu – já escalou 116%, motivado sobretudo pela guerra na Ucrânia, que agravou a crise energética no bloco.