O ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, defendeu nesta quarta-feira, 12 de Outubro, em Washington, uma “transição energética justa” para países pobres e expostos às mudanças climáticas, através de investimentos combinados nos seus combustíveis fósseis e nas renováveis.
“Precisamos de uma transição energética justa, que permita a países como Moçambique explorarem os recursos energéticos que detêm para assegurar o acesso universal à energia”, disse Tonela, citado num comunicado divulgado pelo Governo.
O governante falava na capital norte-americana, num painel da Coligação dos Ministros das Finanças para a Acção Climática, no âmbito das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).
Assinalando que Moçambique vive o paradoxo de ser um dos países mais castigados pelas mudanças climáticas, mas estar entre os menos poluentes, Max Tonela enfatizou que o país dispõe de enormes reservas de gás natural que o podem tornar num “actor importante” na cadeia de fornecimento, à escala global, e na transição energética para fontes limpas.
“Precisamos do apoio das instituições financeiras internacionais não só para financiar a adaptação climática, mas também para projectos de exploração de gás natural e diversificação de fontes energéticas, através de um recurso crescente às energias renováveis”, sublinhou.
“Moçambique está a pagar uma pesada factura do impacto das mudanças climáticas, através da devastação de infra-estuturas económicas e sociais, bem como a perda de vidas humanas”
“O mundo”, prosseguiu, “ainda vai precisar de combustíveis fósseis, principalmente do gás natural, porque as fontes alternativas ainda são ‘intermitentes’ e estão longe de garantir um fornecimento firme”.
Max Tonela observou que Moçambique está a pagar uma pesada factura do impacto das mudanças climáticas, através da devastação de infra-estuturas económicas e sociais, bem como a perda de vidas humanas. “Ciclicamente, o País é afectado por inundações e ciclones. Nesse sentido, Moçambique está empenhado na descarbonização do planeta, colocando à disposição da África Austral e do mundo fontes energéticas consideradas menos poluentes, como é o caso do gás natural”, concluiu.
Também ontem, o ministro da Economia e Finanças apresentou ao FMI e ao Banco Mundial o pacote de medidas de recuperação da economia recentemente aprovadas pelo Executivo de Maputo.