O secretário permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), Teodoro Vales, reiterou esta quinta-feira, 13 de Outubro, que o projecto da linha de transporte de energia eléctrica a 400 Kilovolts (kv), também conhecido como “Projecto MOMA”, com cerca de 218km de extensão que interliga Moçambique e Maláui, estará concluído até finais de 2023.
A primeira pedra da construção deste projecto foi lançada em Abril deste ano, num evento que teve lugar na localidade de Matambo, Distrito de Changara, na Província de Tete. Enquadrado no Plano Director de Infra-estruturas Eléctricas (2018-2043) para o sector da Energia, o “MOMA” contribuirá significativamente para a consolidação da integração regional de Moçambique com os países vizinhos da Southern Africa Power Pool (SAPP).
O projecto está orçado em 62 milhões de dólares, dos quais 35 milhões de dólares serão usados para a construção da linha do lado moçambicano, com 142 quilómetros, e o restante para a parte da infra-estrutura no Maláui.
Intervindo durante a 59.ª Reunião Geral da Southern Africa Power Pool (SAPP), que decorre desde esta terça-feira, 11 de Outubro, na cidade de Maputo, Teodoro Vales afirmou que o projecto se encontra já numa fase muito avançada de construção, estando a ser desenvolvido conjuntamente com os Governos de Moçambique, do Maláui e com os parceiros de cooperação internacional.
Segundo o responsável, este projecto irá, pela primeira vez, trazer o Maláui ao panorama das trocas comerciais de electricidade no âmbito do mercado regional da SAPP, liderado pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
“Temos aqui, claramente, um sinal promissor e inequívoco da expansão do mercado energético regional. Ademais, a médio prazo, contamos com a materialização do Projecto de Interligação Moçambique e Tanzânia (Projecto MOTA), que se encontra em fase de desenvolvimento e busca de parceiros estratégicos para a sua implementação”, informou.
Teodoro Vales disse ainda que Moçambique está também focado no alargamento da base de geração de electricidade, com o propósito de responder à crescente demanda doméstica e regional de energia eléctrica.
Nesta perspectiva, prosseguiu, “estamos a transformar Moçambique num Pólo de geração de energia, tirando absoluto proveito da sua localização geográfica e diversidade da matriz energética, desde as fontes hídricas, gás natural e carvão mineral, assim como fontes solares, eólicas e biomassa, que ocorrem, em abundância, em toda a extensão territorial moçambicana”.
O secretário permanente argumentou que, para a concretização do objectivo estratégico de posicionar Moçambique como centro de energia da África Austral, o Governo está a implementar várias iniciativas, entre as quais se evidenciam o Projecto da Central Térmica a Gás de Temane (450 megawatts), perspectivando-se que entre em operação a partir de Dezembro de 2024, e também o Programa de Leilões de Energias Renováveis (PROLER), que terá um incremento de 200 megawatts de geração na base de fontes solares e eólicas até 2025.
“Moçambique está também focado no alargamento da base de geração de electricidade, com o propósito de atender à crescente demanda doméstica e regional de energia eléctrica”
“Temos o Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, com 1500 megawatts, a ser comissionado em 2030 e os projectos de geração na base de Centrais Térmicas a Gás Natural, até 2000 megawatts, a serem comissionados antes de 2030. Contamos, ainda, com a implementação de vários projectos de reforço da rede eléctrica primária e de interligação com a África do Sul e o Zimbabué, corredores indispensáveis para a evacuação da potência gerada nas nossas centrais, em quantidade e fiabilidade, para o mercado regional”, finalizou.
A SAPP foi criada com o objectivo de, conjuntamente com os países da região da SADC, através das empresas de electricidade, desenvolver actividades com vista a suprir as necessidades de energia, permitindo que países com excedente possam vendê-la aos países com défice.
Texto: Cleusia Chirindza
