O Governo admitiu esta terça-feira, 11 de Outubro, a possibilidade de privatização das empresas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e da Moçambique Telecom (Tmcel), isto para o resgate das duas companhias face “à complicada situação financeira” em que se encontram.
A privatização “é um dos cenários a ter em conta, mas o destino final a dar a estas empresas vai resultar de um processo de reflexão em curso”, avançou uma fonte citada pela Lusa.
Até Dezembro, prosseguiu, “é provável que haja uma decisão” sobre o futuro da LAM e da Tmcel.
Uma análise do Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental moçambicana, divulgada na semana passada, aponta as duas empresas como tecnicamente insolventes, a sobreviver de injecções de capital e de garantias do Estado para responder perante os credores, e, como tal, representando um elevado risco para as contas públicas.
A informação está em linha com as declarações feitas no último domingo, 9 de Outubro, pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, ao canal privado de televisão Media Mais, segundo as quais está a ser ponderada a entrega de ambas as empresas a privados, remetendo uma decisão para a avaliação em curso sobre o melhor cenário.
Em Agosto, o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, admitiu que a LAM e a Tmcel precisavam de uma reestruturação para entrarem na via da sustentabilidade.
“Temos estado a discutir o caso da reestruturação da LAM e da Tmcel”, revelou na altura.
As mudanças nas duas empresas, acrescentou, são parte de uma reestruturação do Sector Empresarial do Estado (SEE), visando o saneamento financeiro das que enfrentam dificuldades.
Reforçar a fiscalização e gestão das empresas do SEE e melhorar o controlo da dívida pública são compromissos do Governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no âmbito do programa de assistência financeira de 470 milhões de dólares até 2025.