A consultora Oxford Economics considerou esta segunda-feira, 10 de Outubro, que o crescimento económico de 3,6% no segundo trimestre, em Angola, mostra que as reformas lançadas por João Lourenço estão a começar a surtir efeito.
“O impacto das reformas económicas lançadas em 2017 tem sido lento e prejudicado pela quebra na produção petrolífera, bem como pelos efeitos da pandemia do covid-19, mas os frutos estão a começar a notar-se, como se comprova pela robustez do crescimento do sector não petrolífero no segundo trimestre, nos 4,2%”, escrevem os analistas num comentário aos números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Angola.
“Para além disso, antevemos que o declínio prolongado da produção petrolífera, que tem caído desde 2015, vá finalmente parar este ano (2022)”, acrescenta a Oxford Economics, na nota a que a Lusa teve acesso.
Ainda assim, os analistas alertam que o crescimento de 3,2% no conjunto dos primeiros seis meses, o melhor desempenho na primeira parte do ano desde 2015, “deverá abrandar no segundo semestre, com a moderação no crescimento global e os preços do petróleo, que irão abrandar o crescimento das exportações”.
O Produto Interno Bruto (PIB) de Angola cresceu 3,6% no segundo trimestre em relação ao período homólogo de 2021 e acelerou 0,5% face ao crescimento registado no primeiro trimestre deste ano, divulgou o INE na semana passada.
“Antevemos que o declínio prolongado da produção petrolífera, que tem caído desde 2015, vá finalmente parar este ano (2022)“
Face aos números do mesmo período do ano passado, o sector diamantífero representa a indústria com maior crescimento, crescendo mais de 40%: “O Valor Acrescentado Bruto do Diamante teve um crescimento de 40,3% no segundo trimestre de 2022 em relação ao trimestre homólogo, contribuindo positivamente em 0,79 pontos percentuais, na variação total do PIB”, lê-se na nota divulgada em Luanda.
“A incorporação de quilates provenientes da produção semi-industrial e o aumento da produção das diversas concessões, devido às condições climáticas favoráveis, justificam o crescimento exponencial no período em referência”, acrescenta-se no texto.
Em sentido inverso, o sector da Intermediação Financeira e de Seguros regista a maior quebra, com uma redução de 38,8% na actividade: “O Valor Acrescentado Bruto da Intermediação Financeira e Seguros teve uma retracção na ordem dos 38,8%, no segundo trimestre de 2022 em relação ao trimestre homólogo, contribuindo negativamente em 0,79 pontos percentuais, na variação total do PIB”, de acordo com a nota, que explica que “a variação desta actividade de intermediação financeira deveu-se pela queda dos rendimentos dos bancos comerciais, visto que tem maior peso dentro do segmento da actividade”.
Na nota de imprensa sobre a Folha Rápida das Contas Nacionais Trimestrais, o INE dá ainda conta de um crescimento de 3,2% nos primeiros seis meses, notando um crescimento de 3,2% face ao primeiro semestre do ano passado.
Esta variação positiva é atribuída fundamentalmente às actividades de Agro-pecuária e Silvicultura, 3,3%; Extracção de Petróleo e Rufino, 2,2%; Indústria Transformadora, 2,6%; Electricidade e Água, 2,4%; Construção, 6%; Transporte e Armazenagem, 32,0%; Administração Pública, 5,6%; Serviços Imobiliários e de Aluguer, 2,9%; e Outros Serviços, 3,8%”, aponta-se no texto.