Uma avaliação dos Riscos Fiscais do Sector Empresarial do Estado (SEE), realizada pelo Centro de Integridade Pública (CIP), revelou que as empresas Moçambique Telecom (Tmcel) e a Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) fecharam o ano de 2021 tecnicamente falidas, representando um “risco fiscal muito alto”.
De acordo com o relatório publicado esta quinta-feira, 6 de Outubro, o desempenho financeiro apresentado por estas duas empresas mostra que ambas têm probabilidade “extremamente elevada de incumprimento das suas obrigações financeiras. A sobrevivência deste grupo de empresas depende, em grande medida, das injecções de recursos financeiros por parte ou através do Estado”, explicou o CIP.
O documento daquele organismo indicou ainda que o Estado injectou, entre 2018 e 2021, 1,6 mil milhões de meticais para alavancar a LAM, e 3,5 mil milhões de meticais para reanimar a Tmcel. No entanto, ao fim dos quatro anos, as duas companhias não pagaram nenhum dividendo ao Estado.
No caso da Tmcel, que enfrenta problemas até no pagamento de salários aos seus funcionários, o estudo revelou que, de 2019 a 2021, as receitas registaram uma redução, enquanto as contas a receber registaram um aumento, “o que pode constituir um risco”.
Quanto à LAM, o estudo sublinhou que a estrutura de custos operacionais da companhia supera a sua capacidade de geração de lucro bruto, sendo que o défice entre o lucro bruto e os custos operacionais para 2021 foi estimado em 424 milhões de metiais.