Marrocos é o país mais susceptível de ser afectado pelo abrandamento económico na Europa, dada a sua dependência do comércio e turismo europeus.
O período compreendido entre os próximos 12 a 18 meses será “muito difícil” para os bancos africanos “à medida que a inflação generalizada, as desvalorizações monetárias e os aumentos das taxas de juro varrerem a região”, disse, na passada semana, durante uma conferência de imprensa, Mahin Dissanayake, director sénior da agência de notação de crédito Fitch.
As economias africanas lutaram, durante o último ano, contra forças externas, que incluíram a guerra na Ucrânia, uma recessão económica global e os efeitos persistentes da pandemia do covid-19.
“As oportunidades de crescimento no próximo ano e meio serão limitadas, mas espera-se que os bancos regionais mantenham a sua rentabilidade face a choques de gravidade média”, disse o director sénior da Fitch. E acrescentou: “Estes países têm pressões globais e pressões internas, pelo que pensamos que o ambiente operacional para os bancos está a parecer bastante sombrio no futuro”.
“As oportunidades de crescimento serão certamente limitadas. Mas a pandemia do covid-19 mostrou-nos que os bancos africanos podem ser resilientes quando confrontados com choques globais”, encorajou Dissanayake.
O responsável referiu ainda que Marrocos era o país “mais susceptível de ser afectado pelo abrandamento económico na Europa, dada a sua dependência do comércio e turismo europeus, sendo que os bancos nigerianos são também susceptíveis de serem afectados pela contínua desvalorização da naira [moeda local]”, afirmou. “A Nigéria, um país dependente de importações, com um sector bancário altamente dolarizado, é provável que venha a sofrer um aumento dos custos de importação à medida que o dólar se fortalece, situação que os mutuários empresariais terão dificuldade em transmitir aos clientes”, explicou Mahin Dissanayake.