O administrador do pelouro de Hidrologia na Hidroeléctrica da Cahora Bassa, Nilton Trindade, assegurou esta sexta-feira, 30 de Setembro, em Maputo, que estão a ser criadas as condições para a gestão dos recursos hídricos da época chuvosa. Tanto assim é que o nível de armazenamento da barragem é elevado.
“Vamos entrar no período das chuvas e temos de começar a criar condições para receber a água que vem de montante, daí que planificamos, a partir do dia 1 de Outubro do presente ano, abrir, de forma gradual, pelo menos um descarregador, considerando que estamos com um nível de armazenamento muito alto. Ou seja, temos de ter capacidade de encaixe das águas deste período das chuvas que aí vem”, disse Nilton Trindade.
O administrador do pelouro de hidrologia na HCB esclareceu ainda que “os operadores das barragens da Zâmbia e do Zimbabué têm de nos fornecer informação em tempo real sobre os níveis de descarga e de produção que vão efectuar em Kariba e nas barragens do rio Kafue, porque a água escoa tendo em conta o nível de produção de energia que eles têm”.
Nilton Trindade falava durante a 21.a Reunião Executiva da Joint Operations Technical Committee (JOTC), um fórum criado para optimizar o uso dos recursos hídricos para fins hidroeléctricos e para coordenar as descargas de modo a mitigar os efeitos de cheias e secas.
“Precisamos de ter uma relação coordenada entre todos nós e deve haver partilha de informação para termos capacidade, em tempo real, de gerir eventuais cheias ou secas. A quantidade de água que tem de ser adquirida do nosso lado depende destas infra-estruturas a montante, mas também a parte da partilha de informação é importante para que todos nós façamos o uso sustentável e equitativo do recurso que temos na bacia do Zambeze. Por isso, precisamos partilhar os grandes projectos que estão em curso”, assinalou Nilton Trindade.
Questionado sobre a possibilidade de aumentar a capacidade de produção eléctrica, o administrador na HCB explicou que “há um estudo que está a ser feito para verificar se temos capacidade de produzir na íntegra. Depois deste estudo, iremos ver se há ou não viabilidade e sustentabilidade para elevar o nível de produção de energia.”