A australiana Syrah Resources, que explora grafite em Cabo Delgado, no Norte do País, anunciou neste domingo, 25 de Setembro, a suspensão das operações devido a uma “greve ilegal” organizada por um “pequeno grupo de empregados e colaboradores locais”.
Num comunicado enviado à bolsa de Sydney, a Syrah Resources disse ter decidido, “por precaução face à segurança dos funcionários”, suspender as operações e retirar o pessoal da mina de Balama no passado dia 20 de Setembro.
A empresa australiana sublinhou que está a trabalhar com representantes de sindicatos e do Governo moçambicano para iniciar negociações com os grevistas que “impediram o acesso ao local” da mina, tendo também referido estar a preparar, “após uma avaliação da situação de segurança”, o regresso dos funcionários e o recomeço da exploração em Balama “assim que possível”.
A Syrah Resources revelou que a mina produziu até ao momento 38 toneladas de grafite no terceiro trimestre deste ano, sendo que a maioria do material já foi transportada para o porto de Nacala, na província de Nampula. Foram vendidas, ainda segundo a empresa, 54 toneladas de grafite de Balama no terceiro trimestre e, este mês, serão enviadas cinco toneladas de grafite a partir de Nacala, sem qualquer impacto da greve.
A empresa australiana tinha retomado em Junho as operações logísticas na Estrada Nacional Número 1 (N1), após suspender a movimentação de pessoal através da rodovia devido a ataques de rebeldes em Ancuabe.
Os ataques começaram a 5 de Junho e são os primeiros relatos de violência associada à insurgência no distrito de Ancuabe, a 100 quilómetros de Pemba, uma zona considerada segura até agora e que servia para abrigar deslocados.
A mina de Balama iniciou a produção comercial há quatro anos e foi destaque em Dezembro, quando a Syrah anunciou um acordo com a Tesla. A multinacional de veículos eléctricos pretende usar grafite daquela mina, descrita como um dos maiores depósitos de grafite “de qualidade” no mundo pela Syrah Resources .