Nos últimos três anos, o perfil das startups africanas que atingiram esta fase tem vindo a evoluir, com os investidores, por vezes, a mostrarem-se interessados desde o momento em que a empresa é criada.
As empresas africanas em fase inicial continuam a bater recordes. Durante o mês de Setembro, 100 das startups do continente atingiram o marco de angariação do seu primeiro milhão de dólares em financiamento, de acordo com dados compilados pelo boletim informativo especializado de África, O Grande Negócio.
Este número simbólico foi alcançado mesmo antes do final do Verão, sendo que, em todo o ano de 2021, foram 112 novas empresas que angariaram mais de um milhão de dólares. Se a tendência continuar, o número de novas empresas africanas que atingirá este objectivo poderá aumentar para 150 até ao final do ano.
Com base em negócios divulgados publicamente, a evolução é meteórica, uma vez que, no mesmo ponto em 2020, 55 empresas africanas em fase de arranque já tinham atingido este marco e, em 31 de Agosto de 2019, eram 40.
Este ano, 84% das startups angariaram entre um e cinco milhões de dólares, com uma mediana de pouco mais de dois milhões de dólares. Este resultado está próximo dos níveis pré-pandémicos: em 2019, o valor médio de angariação de fundos atingiu 2,1 milhões de dólares, antes de descer para 1,5 milhões em 2020 e depois para 1,7 milhões em 2021.
Outra mudança significativa no perfil destas novas empresas é que 70% delas têm agora menos de três anos de existência, em comparação com 56% em 2019. As rondas de angariação de fundos também passaram de uma divisão igual entre “Semente” (fase de arranque) e “Série A” (fase de aceleração), para uma proporção de “Pré-Semente” (fase de criação) e “Semente” superior a 80%.
A África do Sul, Nigéria, Quénia e Egipto são os países anfitriões com maior probabilidade de darem à luz empresas em fase de arranque – 84% delas são oriundas destas quatro nações. No entanto, depois de ter sido o principal fornecedor nos anos anteriores, Pretória ficou atrás dos outros “Quatro Grandes” países, com apenas nove empresas em fase de arranque na lista. Em contraste, Cairo e Abuja encabeçam a lista com 27 e 28 startups, respectivamente, enquanto Nairóbi tem 17.
Apesar deste fluxo de angariação de fundos, o recorde anterior de um único negócio de capital de risco ainda tem de ser ultrapassado. A fintech nigeriana Opay bateu o recorde em 2021, angariando 400 milhões de dólares. Como resultado, devido a este mega problema único, Julho e Agosto de 2022 registaram um declínio anual de 20% e 67%, respectivamente. Contudo, se compararmos o mesmo período de Janeiro a Agosto de 2022 com o ano anterior, os números continuam a ser muito positivos, com um aumento de 25% nas transacções de 100 000 dólares. O mesmo se pode dizer dos montantes angariados, que passaram de $2,3 mil milhões para $3,6 mil milhões.
The Africa Report