Ao contrário do ‘quiet quitting’, a ideia do FatFIRE é focar incansavelmente em ficar rico rapidamente e aposentar-se jovem.
Todo o discurso à volta do quiet quitting faz parecer que as pessoas não gostam dos seus empregos e que se comportam como sonâmbulos durante o dia de trabalho. Mas não é este o caso. Há outro grupo de pessoas que está a fazer o oposto. É o movimento FatFIRE, cuja sigla em inglês vem da junção da palavra ‘gordura’ (fat) com os termos Financial Independence, Retire Early, e que pode ser traduzida como garantir um pé-de-meia ‘recheado’ o suficiente para conquistar a ‘Independência Financeira e Reforma Antecipada’.
Este movimento compartilha alguns dos sentimentos da tendência da demissão silenciosa: as pessoas que o compõem não adoram necessariamente os seus empregos, carreiras e chefes, apenas querem reformar-se o mais rápido possível. O foco é ficar rico rapidamente. O objectivo último é aposentar-se jovem e rico.
As pessoas que aderem a essa filosofia estão dispostas a dedicar tempo e esforço para ganhar o máximo de dinheiro possível e depois descansarem e aposentarem-se enquanto ainda são jovens. Tendem a trabalhar em grandes empresas de tecnologia e em escritórios de advogados, são fundadoras de startups e algumas têm pacotes de remuneração generosos e opções de acções. Com o rendimento que têm disponível, usam os recursos para investir nos mercados de acções ou criptomoedas, construir negócios e ter algumas agitações paralelas.
É mais fácil falar do que fazer
As pessoas que aderem ao FatFIRE têm um nível de stress muito elevado no curto prazo porque esperam ser recompensadas financeiramente mais tarde. Mesmo que se reformem cedo acabam por se sentir entediadas e solitárias.
Se olharmos para os registos históricos do mercado de acções, verificamos que há momentos de alta, seguidos de correcções e quedas. Por exemplo, a grande crise financeira de 2008 viu as acções despencarem e a economia afundar. Da mesma forma, imóveis e outros investimentos com grandes recompensas trazem riscos significativos.
O futuro é incerto tendo em conta o momento actual: inflação descontrolada, altas taxas de juros, uma possível recessão no horizonte e turbulência geopolítica.