O novo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social angolano admitiu esta segunda-feira, 19 de Setembro, “maior abertura à crítica” ao nível dos órgãos de comunicação social, sobretudo públicos, acusados por partidos na oposição de “falta de equilíbrio e contraditório”.
Mário de Oliveira, que falava esta segunda-feira, após ser empossado no cargo pelo Presidente angolano, afirmou: “[a crítica] é uma actividade que não nos assusta, ela ajuda-nos a melhorar e, quando construtiva, é sempre uma actividade salutar para o progresso”.
“Mas é preciso termos em atenção que não vai ser a comunicação social que vai organizar e produzir actividades para serem difundidas. As organizações, de natureza política ou social, precisam de produzir actos que façam com que haja cobertura dos órgãos”, respondeu à Lusa, quando questionado sobre a alegada falta de contraditório nos órgãos públicos.
“E então, neste sentido, nós não temos qualquer questão, a comunicação social continuará a ser uma comunicação para todos”, assegurou.
Em declarações no Palácio Presidencial, em Luanda, onde foi empossado o novo Governo (2022-2027), Mário de Oliveira recordou que Angola teve, no mandato anterior, uma “subida significativa” no ranking da transparência na comunicação social. “Essa subida é consequência da abertura que foi havendo durante a legislatura anterior, que é para continuar”, prometeu.
Partidos políticos na oposição e vários sectores da sociedade civil criticam, de forma reiterada, a alegada postura imparcial dos órgãos de comunicação social públicos em “favorecimento” ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975).
O aumento da cobertura dos serviços da comunicação social em todo o espaço do território angolano consta também dos propósitos de Mário de Oliveira, que no Governo cessante exerceu o cargo de secretário de Estado para as Telecomunicações e Tecnologias de Informação.
“Queremos aumentar a cobertura dos serviços em todo o território nacional, que é uma actividade que já vinha sendo desenvolvida no Executivo anterior. Queremos apostar muito seriamente na formação dos nossos quadros”, apontou.
Para o subsector das telecomunicações e tecnologias de informação, o governante angolano garantiu uma aposta séria visando a expansão da rede nas 18 províncias angolanas.
“Vamos apostar muito seriamente na questão da expansão das telecomunicações em todo o país. Neste momento temos uma cobertura de telefonia móvel na ordem dos 49%, é preciso subir este patamar para níveis mais elevados”, notou.
Assinalou igualmente a necessidade de investimentos na cibersegurança e protecção de dados como “itens muito importantes para a vida do país. Vamos apostar seriamente nas nossas condições para que as nossas redes, empresas e serviços estejam cada vez mais seguras no domínio da cibersegurança”, disse Mário de Oliveira, referindo-se, sobretudo, a uma aposta nos jovens “para o aumento da literacia digital para a utilização racional e conscientemente as redes sociais em benefício da sociedade”.