O “check up” financeiro é o balanço que se faz para perceber se está no caminho certo para atingir os objectivos traçados para o ano. Se as coisas não correram como o previsto não há problema. Basta ajustar, redefinir metas e iniciar um novo plano de acção.
Para isso é sempre importante avaliar onde está e definir para onde vai. Os dez passos abaixo podem ajudá-lo a traçar esse caminho.
1 – Pense no seu orçamento como a contabilidade de uma empresa
Faça um balanço e um mapa de fluxo de dinheiro (receitas e despesas). Esta ferramenta vai ajudá-lo a compreender os seus activos e passivos. Em termos práticos, activos é o que coloca dinheiro no bolso e tem valor e os passivos são as suas dívidas. Por exemplo, os depósitos são considerados activos. Já o empréstimo da casa é um passivo. O mapa de fluxo de dinheiro permiti-lhe registar todas as entradas e saídas de dinheiro.
2 – Avalie a sua situação líquida
Este indicador vai ajudá-lo a compreender como ficaria a sua situação se utilizasse todos os activos para eliminar os passivos. Por essa razão, deverá aplicar a fórmula: activos – passivos = saldo líquido. Se o resultado for positivo está no bom caminho. Significa que se vendesse tudo hoje teria dinheiro suficiente para pagar as despesas e ainda sobrava capital. Se for negativo talvez esteja na altura de reavaliar o seu orçamento.
3 – Avalie a sua liquidez
Ao analisar as suas finanças é importante também avaliar a liquidez. Para isso poderá utilizar a seguinte equação: activos líquidos – passivo circulante = liquidez. São considerados activos líquidos todos os activos convertíveis em dinheiro em menos de um ano, enquanto o passivo circulante são as dívidas que podem ser pagas até um ano. O resultado indica o seu estado de liquidez e deve ser maior do que um, porque esse é o ponto em que ambos os factores são iguais. O ideal é que o resultado seja maior que dois. Significa que os seus activos líquidos são o dobro das dívidas de curto prazo.
4 – Elabore um mapa de receitas e despesas
Anote diariamente as suas despesas no seu mapa e verifique quanto é que cada despesa pesa no seu orçamento. No caso das despesas com a casa o ideal é que não pese mais do que 35% do seu orçamento. E nas despesas com a casa incluem-se o empréstimo, juros e seguro, despesas como água, luz, gás, telefone, internet, etc.
5 – Contabilize o peso das dívidas
Avalie quanto é que os créditos pesam no seu orçamento. Se ultrapassam os 40% e prevê que esse valor aumente, tenha atenção, porque está na zona vermelha. Inicie uma dieta de dívidas e comece por eliminar as que têm taxas de juro mais elevadas.
6 – Elimine os gastos supérfluos
Avalie as despesas desnecessárias que podem ser reduzidas ou eliminadas, sem que isso afecte o seu bem-estar. Veja quanto pesam no seu orçamento. Pode estar aí a resposta para o facto de não poupar ou de poupar pouco.
7 – Esteja atento às suas poupanças
Avalie a sua saúde financeira em função do montante mensal que poupa. Se ainda não poupa comece a fazê-lo, por muito pouco que possa parecer. Estabeleça um valor, por exemplo, 10% de poupança que deve ser feita assim que receba. Nunca deixe para o final do mês para ver se sobra, porque normalmente nunca acontece. Retire esse dinheiro logo no início e viva com o restante.
8 – Crie um fundo de emergência
Para avaliar a sua condição financeira é indispensável que saiba se está prevenido contra imprevistos. Assim sendo, se deixasse hoje de trabalhar, por exemplo, por motivos de desemprego, quantos meses conseguiria sobreviver mantendo o mesmo nível de despesas? O ideal é ter um fundo de emergência (em activos líquidos) que lhe permita viver entre três meses a seis meses.
9 – Estabeleça diferentes níveis de poupança
Está a separar as suas poupanças em função dos objectivos? Se a resposta é não, então talvez seja útil começar a fazê-lo. Crie diferentes cestas de poupança. Por exemplo: uma cesta de poupança para a reforma; outra para um fundo de emergência; uma cesta para amortizar créditos, uma para objectivos (carro, férias, etc). Esta organização vai permitir-lhe organizar melhor as suas poupanças e aumentar a saúde financeira do seu orçamento familiar.
10 – Defina objectivos
Trace os seus objectivos de vida (comprar um carro, casa, pagar os estudos) e ajuste o seu orçamento em função deles. Um casal com 30 anos certamente terá objectivos diferentes de um casal de 50 anos.
MoneyLab