A China vai doar o equivalente a 13,9 milhões de euros e cancelar sete milhões de euros de dívida de Moçambique no âmbito de acordos assinados entre os dois países, na tarde de ontem, terça-feira, 13 de Setembro, em Maputo.
A doação resulta do Acordo sobre a Cooperação Económica e Técnica assinado pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, e pelo embaixador da China em Maputo, Wang Hejun.
Macamo e Wang assinaram ainda o Acordo de Perdão Parcial da Dívida de Moçambique e um certificado de entrega de produtos alimentares de assistência humanitária por parte de Pequim.
“Este gesto é mais um símbolo inequívoco da nossa profunda amizade, solidariedade e cooperação forjadas desde os tempos da luta de libertação nacional, na qual a República Popular da China concedeu o seu precioso apoio multiforme à causa da autodeterminação do povo moçambicano”, afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
Referindo-se, em concreto, ao Acordo de Perdão Parcial da Dívida, Verónica Macamo assinalou que o entendimento vai contribuir para o alívio das contas públicas e para a disponibilização de recursos para projectos de desenvolvimento social e económico do País.
“A República Popular da China é um país amigo que tem estado ao lado de Moçambique, dando a sua contribuição nos esforços rumo ao desenvolvimento sustentável do nosso país”, enfatizou.
Por seu turno, o embaixador chinês observou que os dois países têm intensificado a cooperação em vários domínios, consolidando laços históricos.
“A China continuará a expandir as formas e os campos de cooperação com Moçambique e a promover, de acordo com as necessidades do País, mais projectos pragmáticos e de benefício mútuo”, destacou.
No final da cerimónia não houve oportunidade para perguntas dos jornalistas.
Em Março de 2021, o ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane, disse no Parlamento que o País devia 1700 milhões de euros à China, o equivalente a 16% do valor total da dívida pública (estimada em 10 420 milhões de euros).
A quase totalidade (1660 milhões de euros) era devida ao Exim Bank Chinês pela construção de estradas e pontes, incluindo a via circular de Maputo, a ponte suspensa sobre a baía de Maputo e as estradas a sul, revelou, na altura, Adriano Maleiane.