Um novo estudo revela que as pequenas pausas melhoram o bem-estar no trabalho. A conclusão foi tirada pelos investigadores da Universidade do Oeste de Timisoara, na Roménia, ao avaliarem 22 estudos dos últimos 30 anos.
Uma das pesquisas intitula-se Give me a break! A systematic review and meta-analysis on the efficacy of micro-breaks for increasing well-being and performance (em tradução livre portuguesa: Dá-me um tempo! Uma revisão sistemática e uma meta-análise sobre a eficácia dos pequenos intervalos para aumentar o bem-estar e o desempenho) e é da professora Irina Macsinga.
A autora explicou à CNN Health que define “bem-estar no trabalho” como “ter energia para completar tarefas sem ficar exausto no final do dia”, e que o objectivo da sua análise era mostrar que pequenas pausas são uma mais-valia para todos, empregados e organizações, e não constituem uma amostra de falta de produtividade ou de ser preguiçoso. “Não parecia intuitivo ter uma semana completa de trabalho e esperar pelo fim-de-semana para a pessoa se sentir melhor, ou ter um mau dia no escritório e estar a contar as horas para o final do dia”, elucidou Macsinga.
Nos estudos feitos participaram pessoas dos Estados Unidos, Holanda, China, Áustria, Alemanha, Austrália, Brasil e Japão. Foram incluídos itens como a análise de como pausas de dez minutos, ou menos, que tanto afectaram estudantes num laboratório como funcionários no local de trabalho. A conclusão a que se chegou foi que ‘os pequenos intervalos’ (micro-breaks) só afectaram positivamente funcionários que tinham um determinado tipo de tarefas.
Por outro lado, o estudo mostra que as actividades rotineiras são feitas com um alto nível de autonomia que não exige da pessoa a sua capacidade mental total. Isto pode fazer com que a mente vagueie para outro trabalho ou para situações não relacionadas com o mesmo, aumentando assim a hipótese de cometer erros. Já as actividades criativas requerem que a pessoa procure no cérebro por informação relevante para o que está a fazer, eliminando ideias que são fora do tema.
Ainda segundo a pesquisa, as pequenas pausas permitem que o funcionário se foque numa actividade que é diferente da que tem em mãos, o que requer um alto nível de poder do cérebro.
E que actividades não relacionadas com o trabalho pode adoptar? A CNN Health menciona o exercício físico, no caso, uma caminhada – algo que os investigadores descobriram estar associado à diminuição de fadiga e aumento de emoções positivas.
Ver o e-mail ou ajudar um colega foram actividades associadas a uma qualidade mais pobre de sono e bem-estar, tal como um mau humor acentuado.
Apesar de o estudo não mencionar com que regularidade os funcionários devem fazer estas pausas, Irina Macsinga recomenda que sejam feitas sempre que houver necessidade. “Ao fazer uma pequena pausa quando sentimos que temos de o fazer reparamos que novas ideias começam a fluir facilmente outra vez”, disse.
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